Capítulo 2 - Meus olhos não conseguem enxergar

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Hayley me olhava como se tivesse acabado de descobrir os números da "Mega Sena" e esperava que eu a parabenizasse por isso, só que eu só consegui ficar mais confusa do que já estava, gerando nela um misto de frustração e fracasso.

- Lauren o que? – eu disse.

- Jauregui. – ela respondeu.

- Como alguém pode ter um sobrenome desses?

- Sério que você está perguntando isso? Seu sobrenome é Cabello!

- Ela não é uma daquelas ex-artistas Disney que está prestes a ter um bebê fazendo show, certo?

- Tem alguma ideia melhor?

Eu não tinha, na verdade quase sempre quando disputava com a Hayley para ver quem tinha ideias melhores eu saía perdendo, eu era um eterno Vasco da Gama em um campeonato de ideias invencíveis. Teria que contar com aquela tal de Lern Jergui, seja lá o que signifique um nome desses, porém se a minha secretária confia, deve bastar.

- Tudo bem, pode chamar essa pessoa que mal sei falar o nome, estou confiando em você. – disse batendo o martelo.

- Qual opção você teria? – ela respondeu com um sorriso sarcástico.

Como uma boa anfitriã, decidi ir até a minha casa para ver como estavam os preparativos e para me arrumar também. Os bares de Nova York estavam muito sugestivos e cada vez que olhava para o lado para virar em uma rua, me deparava com uma mulher mais glamorosa que a outra. Como eu amo essa cidade, como eu amo mulheres. Se Deus não me fizesse lésbica, com certeza eu me mataria só para tratarmos disso no procon celeste. Gostar de homens é um ultraje contra a maior criação da divindade.

Não resisti e acabei parando em um bar chamado 27, estranho que nunca tenha visto ele algum dia, aquele letreiro com cor sangue parece bem vívido e acolhedor, mas o importante é que vi agora, por isso vou apreciar como se deve apreciar uma novidade. Um novo bar é como uma virgem, ambos estão loucos para que você o explore e beba cada gota que sobrar.

Assim que entrei vi que tinha algo distinto, como uma atmosfera diferente, muitas garotas lindas, porém alternativas. É como se cada um que o adentrasse sentisse sua personalidade pulsando e louca para extravasar em um universo que te prende e te sufoca cada vez que você opina sobre algo desgastante e que pessoas pouco se importam, contanto que pareça com que o William Bonner diz. Não que eu seja preconceituosa, talvez eu seja, porém sempre gostei de mulheres com "M" maiúsculo. Que coloca sua feminilidade no centro, que tem riso frouxo e voz delicada, que deixa seu cabelo cair em seus ombros, que cheira como uma rosa e tem gosto adocicado.

Fui ao balcão e pedi ao bartender:

- Me vê a dose de seu melhor whisky!

Ele assentiu e encaminhou pouco depois, beber aquilo era como tocar o céu e o inferno ao mesmo tempo, era como chupar uma santa, enquanto você penetrava um demônio, eu gostei. E o pior é que eu sabia que não iria conseguir parar tão rápido de beber.

Enquanto estava no meu sexto copo, notei uma movimentação e muitos rostos preocupados, estava começando a me sentir incomodada e não queria parar de beber a minha bebida dos diabos.

- O que está acontecendo? – perguntei ao bartender.

- Nossa melhor cantora foi chamada de última hora para uma festa dessas pessoas importantes e agora estamos desfalcados, em plena sexta-feira. – ele respondeu.

- Essas pessoas importantes são uma droga hein!

- Porque elas sempre podem pagar mais e você vira apenas um escravo de seus anseios.

Control (COMPLETA)Where stories live. Discover now