Capítulo 8 - O passado indigesto que nos une

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Fazia muito tempo que eu não passeava pela área menos abastada da cidade, estar no Brooklin era como voltar ao passado e revisitá-lo causava-me algum incomodo, porém era por uma causa nobre. Eu sabia que Lauren não era bem de vida como eu, afinal como uma simples cantora de bar poderia ter luxos? Ah não ser que ela fizesse algum serviço extra, pelo menos corpo e beleza tinha para isso.

Enfim cheguei à porta, era íntimo e de certa forma agradável, respirei fundo três vezes e ajeitei meu cabelo, um tapete escrito bem vindo em tom sangue vívido dava o frisson da minha espera e talvez o último tiro de misericórdia. Apertei a campainha e esperei.

Lauren surgiu estonteante, usava um vestido preto que caía em seus ombros e seus olhos estavam mais escuros que o comum. Apenas assentiu a cabeça e eu entrei pedindo licença.

- Posso usar o banheiro? – eu disse.

Ela sinalizou onde ele se encontrava. Assim que entrei pude reparar que era simples e pequeno, porém tinha uma jovial elegância particular como sua dona. Liguei a torneira, mas pude sentir uma presença por trás.

- Lauren? – Quando ia me virar para me certificar, ela sussurrou em meu ouvido.

- Eu sei que você quer...

Empurrou minha cabeça contra a parede e conforme me segurava, abaixou minhas calças.

- Lauren... – disse ofegante.

Senti seus dedos me penetrarem com força, enquanto seu corpo se movia, no começo foi doloroso, mas tão logo começou o ímpeto, senti minha boceta se encharcar e comecei a gemer dolorosamente alto.

- Você quer que eu pare? – ela disse.

- Não. – respondi sem força.

Ela começou a estocar mais rápido e de forma mais selvagem, apertava minha cabeça eu sentia o gélido do concreto, enquanto seus dedos se afundavam em meu ser e sentia meu sexo queimar. Comecei a gritar mais forte, com meu gozo cada vez mais próximo, até que desviei e olhei em sua cara. Seus olhos estavam vermelhos como um demônio e o seu corpo queimava em chamas.

Acordei gritando e busquei um ponto de segurança, me enrolei na coberta e quase me asfixiei para me proteger. Tudo não passava de um pesadelo ou estaria mais para um sonho? Minha calcinha estava molhada.

(...)

Antes de finalmente ir para o apartamento de Lauren, passei em uma livraria e comprei um livro de poesias para ela. Já que estava me convidando de bom grado, nada como presenteá-la de forma íntima. Poesias são alentos da alma e um refúgio para pessoas tortuosas como eu, não imaginava que ela fosse dessa forma, mas ainda não conhecia suas dores e suas sombras, estava afoita para poder compreender.

Toquei a campainha e ao contrário do meu sonho/pesadelo ela abriu sorridente, estava usando um moletom e calça apertada, seu cabelo estava preso.

- Oi Camila. – ela disse.

- Oi Lauren. – respondi.

Nos abraçamos e por um momento deixei seu cheiro adocicado invadir minhas narinas e acalmar minhas palpitações, que já estavam literalmente ofegantes. Ela desfez nosso contato e abriu espaço para que eu pudesse entrar. Seu apartamento era como imaginei. Pequeno, mas confortável. Humilde, mas de certa forma elegante. Com muito artesanato e cadeiras de madeira, além de esculturas e pinturas sobre a parede. Quadros de músicos famosos e outros nem tanto invadiam seu espaço, senti meu coração acender.

- Se eu falar para não reparar na bagunça vai soar muito clichê? – Lauren disse.

- Gostaria de saber qual bagunça eu deveria reparar, até porque mesmo se ela existisse o seu intimo não me faria enxergá-la. – respondi.

Control (COMPLETA)Where stories live. Discover now