Capítulo 27 - O nome do Diabo

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Cada gota que escorria do meu whisky era um alento, sentir que sua vida transborda em sentidos e dimensões é a única explicação plausível para momentos de extrema insensatez que apenas podem ser ditados com doses de anfetaminas fantásticos. Estar enclausurado em seus próprios pensamentos é a pior prisão que poderiam nos submeter e sem total condicionamento de escolha nos submeteram a uma grande inércia de merda, que ao tentar escapar somos afogados em nossa própria regurgitação.

- Você quer um pouco de álcool? – ofereci a Taylor.

- Não... – disse cabisbaixa. – Pensando melhor... Quero sim.

- Sem problemas. – esbocei um sorriso ao te entregar um copo.

Ela engoliu tudo de uma só vez, enquanto seu balançar das pernas era incessante, sua aparência estava desagradável e por mais que eu tenha notado que ela estava inquieta, não conseguia sentir o cheiro de medo.

- Cuidado que esse é um Logan the Luxe, por mais que seja extremamente saboroso, não indico ingeri-lo dessa forma.

- Na verdade, talvez seja o único jeito de sobreviver.

- Uma pessoa que apetece o álcool tanto quanto eu. Estou começando a gostar de você Taylor.

Ela abriu um ligeiro sorriso e se ajeitou no sofá, ao me olhar suplicante entendi que queria mais que só um whisky poderia ser capaz de te dar.

- Podemos nos reunir todas as quartas se desejar, sempre quis uma companheira de bebida sendo bem sincera.

- Enquanto vestíamos rosa é claro. – ela começou a rir e eu não entendi.

- Desculpe, é apenas uma piada, acho que você não se interessa por essas coisas.

- Eu que te peço desculpas, tenho certeza que pode ser bem interessante.

Ficamos em silêncio por um tenso momento e só os goles em nossas gargantas torpes que eram escutados.

- Taylor...

- Nós não podemos simplesmente aproveitar?

- Seria muito dócil da minha parte, mas sabemos que não sou assim e já que você veio até a mim, eu quero respostas.

- Sinto, mas acho que não serei capaz de te dar.

- Você é a única que pode! – falei um pouco alto demais o que acabou gerando medo na mesma.

- Fiz uma péssima escolha, preciso ir embora. – se levantou e começou a ir até a porta.

- Não. – disse bloqueando a sua passagem. – Você vai se sentar e vai responder todas as minhas perguntas como uma boa menina.

Taylor se sentou impassível e tomou mais um gole, enquanto tremia ligeiramente.

- Eu não sei o que houve aquela noite, eu preciso que você me conte. – eu disse por fim.

- Você não se lembra de nada?

- Eu sei que estava me dirigindo até você, mas é como se eu tivesse sido atingida por uma pancada e tudo vira um eterno borrão.

- Você teria ido em frente com o que estava pensando em fazer?

Sentei no sofá, coloquei minhas mãos sobre o rosto, enquanto pressionava firme. Minhas pálpebras estavam cansadas, tanto quanto aquela conversa.

- Eu fiz o que eu estava pensando em fazer?

- Me responda primeiro...

Fui para perto da mesma e parei firme em sua direção, Taylor não se moveu e nossos olhos se fitaram com mistura de raiva e indagação.

- Você não sente medo Taylor?

- Eu deveria sentir?

Levantei bruscamente e comecei a perder a paciência com toda aquela situação.

- Você veio aqui para foder ainda mais com a minha mente? Por acaso essa é uma espécie de diversão para você?

- Não sou uma dessas pessoas...

- Você parece muito ser uma dessas pessoas, se me permite dizer. Christopher não conseguiu o que ele queria? Ninguém mais me respeita naquela droga de empresa! E eu demorei anos para construir o meu nome, tudo isso para quê?

- Posso enxergar ao redor tudo que você construiu e tudo que você tem Camila...

Cheguei perto da Taylor e comecei a apertar seu rosto.

- É isso que você quer? Cansou de ser a putinha do Christopher agora que ser a minha vadia?

- Deseja me tomar para você? Me fazer sua, como da outra vez?

Me afastei por um momento e a olhei incrédula.

- Foi exatamente isso que eu fiz? Você está confirmando?

- Olhe para você, deve ser realmente horrível estar na sua pele e não saber o que é capaz de fazer.

- Me responda! – Gritei e quebrei o copo no chão, esse jogo estava me enlouquecendo e eu não tinha mais tempo a perder.

- Eu fui salva pelo Diabo e eu transei com ele porque eu quis.

- Quem te salvou?

- Não passa nenhum nome pela sua cabeça?

Foi o suficiente para que a minha paciência enfim se esgotasse e apertei firme seu pescoço em minhas mãos.

- Me fala, me diz agora quem foi sua puta desgraçada!

Ela me pedia para parar, aos sussurros e seus braços tentavam inutilmente me tirar de cima dela.

- Qual é nome do Diabo?

Soltei seu pescoço por fim, enquanto ela recobrava o fôlego e ao me olhar disse sem pestanejar.

- Lucy Vives.

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