Capítulo 28 - O retrato de Camila Cabello

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Sempre achei o arquétipo um tanto quanto imbecil da pessoa que têm inimigos, é tão ultrajante se achar tão importante ao ponto de que rivalizem com você e queiram acabar com a sua vida. Porém como em uma ficção estavam tentando me derrubar de alguma forma, o que me deixava sem saída. Se antes eu parecia estar completamente fora do jogo, agora eu buscava o game over.

Lucy vives era muito mais inteligente do que eu imaginava, menosprezar um ser odioso é tarefa para amadores, uma mulher que tem Lauren ao seu lado merece ser tratada de igual para igual. Após a revelação me dirigi ao seu bar sem pestanejar, precisava de respostas e o círculo estava cada vez mais perto de se fechar.

Ao adentrar a porta vi que o local estava completamente vazio, um tanto quanto estranho até porque Lauren tinha me dito que iria fazer um show hoje. Mentiras rondando nosso relacionamento não era exatamente uma boa forma que eu gostaria de começar. Ouvi um som agudo e me dirigi até onde estava, era o maldito local que eu e Lauren sempre nos encontrávamos e lá estava ela sentada se esfregando na Lucy.

Pode parecer um pouco doentio, mas não consegui me mover, senti um misto de ciúmes e excitação, que não pude controlar. Ela sentava calorosamente nos dedos da Lucy e podia ver sua boceta chupá-los e devorá-los em um ritmo rápido. Comecei a puxar meu zíper para fora e a me tocar freneticamente.

- Mete no meu cu! – Lauren disse se revirando para Lucy.

Sem pensar duas vezes ela estocou no cu da Lauren, enquanto comia sua boceta, puxava os cabelos dela e mordicava suas costas.

- Você quer que eu arrombe seu rabo vadia? – Lucy gritava.

Minha boceta estava completamente encharcada e meus dedos estavam melados, continuei me masturbando enquanto admirava toda a cena. As costas de Lauren estavam sendo marcadas.

- Me come de frente. – Lauren disse mudando de posição e se colocando a frente de Lucy.

Por um momento ela tirou os dedos e voltou a comer somente sua boceta.

- Sem tirar do meu rabo. – Lauren ordenou.

Ela começou a sentar mais violentamente, enquanto Lucy se apossava de seus seios e mordia seus mamilos. Estava quase para gozar, quando finalmente Lauren me viu por entre a porta. Mas eu não parei, fitei-a com raiva e comecei a me masturbar mais rápido, ela me fitou com olhares demoníacos e começou a gritar e a sentar mais forte.

Como duas almas interligadas gozamos ao mesmo tempo. Foi o suficiente para me tirar do meu estado torpe e me retirei do local.

Ao chegar à saída olhei ao redor e todos os carros estavam descompassados, meu coração batia mais rápido e eu sentia um misto de nojo e insatisfação, passado o prazer apenas me sobrou à consciência de que não significo mais nada do que um pedaço de carne em decomposição.

Um soluço demorou a se abrir e logo coloquei minha mão sobre a boca, chorar era humilhante, em público era pedir piedade de olhares estranhos empáticos. O ar que me assolava era o mesmo que me cortava e respirar se tornou uma tarefa deveras complicada diante de tamanha indagação. Parei em um poste e firmei meus olhos que produziam imagens embaçadas, deixei que as lágrimas escorressem ao mesmo tempo em que o som das palavras se transformou em figuras audíveis de tanto descaso quanto o garoto do farol ao lado.

Respirei por mais um tempo e encostei-me ao meu carro, para assim raciocinar de forma que eu não tome nenhuma decisão por impulso onde possa sobrar para os pulsos.

***

Dinah estava em sua porta para me receber o que quase me causou euforia comum, até me recordar o motivo do porque estava em sua residência.

- Deseja um café? – ela questionou.

- Só se você adicionar álcool nele. – respondi.

Ela me serviu um copo de whisky e mal começou a abrir a boca quando eu comecei a entorná-lo.

- Você precisa se cuidar Camila.

- Por qual motivo eu faria isso?

- Pela sua mãe, por mim... Por mais que você pense milhões de coisas negativas, existem pessoas que te amam de verdade.

- Quanto mais eu olho no espelho, mais eu me acho um retrato fracassado do Dorian Gray.

- Todos nós temos defeitos.

- O problema é que os meus se tornam piores do que os dos outros.

- Eu conheço você.

- É exatamente por me conhecer que deveria saber do que eu falo.

- A sua autoflagelação não vai te levar a nada. – interrompeu Normani.

- Eu duvido que vocês resistam um dia sequer sobre essa pele. – disse enquanto puxava minha camisa. – É torturante e ao mesmo tempo pavoroso tudo que eu fiz e o que sou capaz de fazer.

- Todos têm escolhas.

- E eu sempre tenho as piores possíveis.

- Se você fosse esse monstro todo que diz, não estaria se torturando dessa forma. – Dinah voltou a dizer.

- Isso não isenta o Frankestein da obra que ele criou.

- O que é isso no seu braço? – Normani exclamou surpresa ao detectar ferimentos em minhas veias.

- Você está usando heroína de novo Camila? – Dinah indagou ríspida.

- Até o bom e velho whisky precisa de uma dupla de vez em quando. – respondi sorridente.

- Isso não tem graça nenhuma.

- Não vim aqui para escutar moralismo, não preciso de mães, eu preciso apenas desabafar, vocês podem fazer isso por mim?

- Não. – Dinah respondeu. – Se eu apenas fizesse isso que tipo de espécie de amiga eu seria?

- A espécie de amiga que não coloca seu rabo onde não foi chamado. – respondi me aproximando e olhando em seus olhos.

- Garotas... – Normani tentou interromper.

- Não seja patética Camila.

- Convivi demais com você, ás vezes fica um pouco difícil de controlar.

- É sempre assim, esse é o seu pior problema. Você faz diversas merdas e não aceita a culpa pelo que fez, é a sua infância difícil, é a falta da sua irmã... Porra Camila, seja mulher!

- Vai se foder Dinah Jane! – gritei enquanto comecei a me retirar.

- Camila... – Normani me agarrou pelo braço.

- Me solta ou eu juro que estouro seus miolos na frente da vagabunda da sua mulher.

Tudo que eu queria era desabafar as minhas merdas, mas as pessoas nunca gostam de escutar, elas apenas querem se sentir úteis em meio as suas desgraças, mesmo quando não há ajuda, elas desejam emitir a droga das opiniões delas. É por isso que o mundo todo merece ser afogado em um mar de porra.

***

Estar no Central Park ainda me trazia um pouco de paz apesar de tudo. Talvez fosse pelos fedelhos correndo enquanto seus balões tomavam novos ares ou os cachorros que insistiam em correr atrás de seus próprios rabos, tamanha estupidez que comparada a inteligência humana parecia genial.

Tirando-me de meus devaneios escutei o som do celular, quem poderia fazer eu me despertar de apenas um momento de paz que tive em tempos tão turbulentos?

- Espero que seja importante. – eu disse.

- Preciso ver você agora. – Lauren respondeu.

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