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   Já estava de volta a cafeteria, bem mais calada que antes – talvez Jisoo tenha percebido, pelo jeito que me olhava.

   Era a hora de fechar a cafeteria, nossos sorrisos entregava o quanto estávamos orgulhosos de termos dado conta de tanta gente que veio aqui hoje. Depois de organizar as mesas, o novato se despediu de mim e de Jisoo com um sorrisinho meio sem graça, mas sem nenhuma arrogância aparente.

   — Ok, agora que ele já foi... – Jisoo iniciou, logo me puxando para que ela pudesse trancar a cafeteria e finalmente fazer suas perguntas. – O que aconteceu, Lisa?

   — Como? – Na verdade, já fazia ideia sobre o que ela estava falando.

   — Você estava toda eufórica quando foi visitar sua mãe e agora está assim, aconteceu alguma coisa lá?

   — Não... Na verdade sim – respondi meio incerta. Não queria ter que dizer sobre a garota que conheci. – Eu só preciso descansar

   Mesmo desconfiada, Jisoo não voltou a tocar no assunto. Andamos até seu apartamento e logo depois continuei o caminho até minha casa.

   Finalmente em casa, pude tomar um banho e passar o resto do dia jogada no sofá. Minha mãe só chegava às 22:00, até lá eu ficaria sozinha mesmo.

   Comecei a pensar de novo na garota do hospital. Não é possível que minha mãe estava falando sério, certo? Não conseguir mantê-la bem não quer dizer que ela vá morrer, certo?

    Por algum motivo, eu estava começando a ter vontade de aproximar dela. Talvez pela minha curiosidade em entender o porquê de minha mãe dizer que ela não é uma pessoa muito amigável, ou por que eu estava tendo pena dela, nem que fosse um pouco.

   Passei tanto tempo formulando a vida dela antes de parar no hospital que ouvi alguém bater na porta, fui ver e era minha mãe.

   — Olá – eu disse quase desmaiando de sono, ela notou o mesmo e apenas sorriu entrando na nossa casa.

   — Eu senti tanta saudade daqui – ela disse enquanto se jogava no sofá. – Qual foi a última vez que eu estive em casa mesmo?

   — Hoje, às 6:00 da manhã – respondi enquanto ria. – Você vai ficar bem?

   — Eu vou, pode ir dormir. Sei que deve estar cansada também.

   Nem insisti em ficar ali, sei que não demoraria muito para que ela também fosse para o seu quarto. Eu nem consegui mais pensar na garota do hospital já que assim que me aconcheguei na minha cama peguei no sono na mesma hora.

[...]

    O dia estava começando e lá estava eu em frente ao hospital novamente, eu trabalhava na cafeteria apenas no turno de tarde então se caso fosse falar com ela, poderia ficar o tempo que eu quisesse.

   Enfim, eu entrei no prédio e dei meu nome para a secretária. Encontrando minha mãe na mesma sala de ontem – acreditava que ali fosse um lugar que os médicos ficavam para descansar um pouco – e assim que me viu ela fez a mesma expressão surpresa do dia anterior.

   — Você aqui de novo?

   — Poderia ao menos ter fingido que queria me ver – eu disse enquanto tirava outro copo de café da minha bolsa. Ela deu uma gargalhada baixa enquanto pegava o copo.

   — Você não veio aqui só para trazer café, não é? – Perguntou olhando diretamente nos meus olhos, sempre tive medo quando fazia isso.

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