keep living like before

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   Entrei no hospital em silêncio, me escondendo por trás da parede assim que vi Chaeyoung sentada em uma das cadeiras perto da recepcionista enquanto seu pai falava algo com minha mãe. Encarei os dois na tentativa de fazer uma leitura labial, mas sem resultados.

   — Psiu – tentei chamá-la, que logo ouviu, olhando para os lados tentando me encontrar. – É aqui!

   Quando conseguiu me ver, ainda um pouco escondida, parecia um pouco triste, então resolvi chamá-la fazendo um sinal com a mão, assim que ela viria ao meu encontro, o homem se virou, me encarando rapidamente. Vi minha mãe sair da sala atrás dele com uma expressão nada legal, o mesmo, foi embora sem sequer dar um abraço em Chaeyoung.

   — Eu precisava mesmo falar com você Lalisa, que bom que está aqui – me virei de volta à minha mãe, que não parecia brava mas nem muito contente.

   Eu iria lhe perguntar, mas a mesma preferiu entrar novamente na sala e esperar que eu fosse também. Resolvi ir sem medo, passando por Chaeyoung e sorrindo fraco, ela o devolveu, mas não na mesma intensidade.

   — Mãe... O que aconteceu com a Chaeyoung? – Perguntei assim que encostei a porta, mas ainda mantendo minha voz baixa.

   — Ela escutou minha conversa com o pai dela, eles discutiram novamente.

   — Eu não imaginava que ele fosse voltar aqui...

   — E você já sabe qual foi o motivo, não é? – Fiquei em silêncio, prevendo as palavras seguintes dela. – Mas eu não vou culpar vocês por um erro meu. Jamais deveria ter deixado vocês saírem justo na época de visitas dos Park.

   Ela falava como se algo terrível tivesse acontecido, parecendo ler meus pensamentos minha mãe abriu a boca para dizer de uma vez.

   — Ele veio me dizer que te acha uma péssima influência, na minha cara – ela parecia desacreditada – e não quer que venha mais visitar a filha dele.

   — Como? – Eu estava em choque. – Isso é um absurdo, ele não entende que Chaeyoung não pode ficar sozinha em uma situação dessas?

   — Lalisa, não acha que eu não concordo com você? – Ela parecia igualmente chateada. – Mas eles são realmente complicados, eu não posso fazer nada.

   Não fazia nenhuma lógica para mim que os pais de Chaeyoung tomassem aquela decisão, nem mesmo se o problema fosse eu ser filha da médica que cuidava de sua filha, ainda sim ela precisava de uma companhia.

   — Chaeyoung sabe disso?

   — Sim, foi por isso mesmo que discutiu com o pai. Lalisa, eu preciso que tenha uma conversa curta com ela sobre isso.

   — Não me peça para... – tentei dizer já sabendo o que ela diria, mas nem mesmo pude terminar.

   — Shinhye me pediu por telefone para convencê-la que isso é para o seu próprio bem, não querem que a filha os odeie por mais um motivo.

    — Eu não acredito – ri desacreditada. – Se não querem deixá-la chateada, é só não fazerem isso! Tem noção de que Chaeyoung ficará chateada comigo? Ficará sem falar com alguém da idade dela, que pode entender ela bem melhor que eles?

   — Lalisa, a mãe dela me implorou por isso – revirei os olhos pela pressão emocional. – Ela tentou fazer o marido mudar de ideia, mas é impossível. Ela não quer que a filha fique revoltada por mais um motivo e quer que ela saiba de alguém de confiança que o que eles fazem, é para o bem dela.

   — E para que tudo isso se não fazem nem questão de perguntá-la como foram seus últimos meses? Eles nem mesmo a abraçam, ou perguntam se ela está bem!

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