58º

116 6 0
                                    

Rebecca On

Bom, quem me dera mais uma vez nesse aeroporto.
Cheguei a minha cidade, meu passado veio a tona.
Me pego pensando também em todos os momentos bons desse lugar.
Ligo para um táxi e vou o mais rápido possível para o hospital, subo no lugar onde Lucas estava e quando chego a sala de espera, encontro meus amigos.. ou pelo menos eram.
Um sentimento de saudade me bateu em cheio e todo remorso por ter perdido o contato com eles também.. Não pude conter minhas lágrimas.
Carol, Arthur e Pi, la estavam eles..
Me olharam com desconfiança e em questão de segundos vieram me abraçar.. Como eu sentia saudades disso.
Todos estavam muito felizes em me ver, claro que com um pouquinho de receio e dúvida afinal havia se passado um ano que eu não os via. Um ano que eles não fazem nem ideia do que ocorreu em minha vida. 365 dias de saudades e lembranças.
Todos estavam diferentes, Pietra não estava com o mesmo brilho no olhar que tinha, Carol estava inchada creio de tanto chorar, e Arthur estava com olheiras fundas de quem não dorme bem a tempos.
Não que eu estivesse bem.. Estávamos todos muito abalados por tudo que aconteceu..
A morte de Enzo, coma de Lucas e é claro, minha mudança para Australia..
Me sinto culpada por não estar aqui com eles quando eles mais precisavam de mim, me sinto uma pessoa horrível por isso, quero me desculpar muito com eles ainda.
Estávamos todos conversando na sala de espera e relembrando os melhores momentos de nossas vidas, quando um médico veio ate nos, e pediu para que eu entrasse no quarto de Lucas.
Cheguei na porta e um milhão de sentimentos pairava sobre mim.. Um aperto no peito, um frio na barriga, um nervosismo que não cabia em mim.
Eu iria vê-lo, iria ver o amor da minha vida novamente depois de um ano.
Iria falar com ele
Iria toca-lo
Eu não sei como vou reagir, eu estou chorando por dentro.
Abri a porta devagar e fui entrando.
Ele estava la, com aquele sorriso de tirar o fôlego.
Com aqueles lindos olhos que eu jamais vou ver em outro alguém.
La estava ele, deitado, com aparelhos a ele.
Cheguei mais perto e peguei em sua mão, sem conter as lágrimas que caíam.
Naquele momento eu não pensava em mais nada, apenas nele, em nós.
O "nós" que já não existia mais.
O "nós" que poderia ter se eternizado
O "nós" que foi deixado no passado
O "nós" que eu queria para sempre.
E nele é claro, o garoto que nunca deixei de amar.

Love me or leave me Où les histoires vivent. Découvrez maintenant