As duas semanas de encarceramento foram horríveis, eu sentia-me seco, morto, apesar de estar em coma.
Ouvi a porta da cela e a voz do Liam, da Kyra e da Layla. Um deles deu-me sangue e eu comecei a acordar, tudo á minha volta estava baço e desvanecido, mas aos poucos, comecei a distinguir os rostos de cada um deles. O Liam foi o primeiro a falar comigo:
- Bem- vindo de volta, Zayn. Como te sentes?- ele ajudou-me a sentar.
Respirei fundo, para reunir um pouco fôlego, antes de poder responder:
- Sinto-me muito atordoado e enjoado.
A Kyra entregou-me duas garrafas de sangue, que bebi rapidamente. Eu estava morto de fome, há dias que não me alimentava e aquele sangue ajudou-me a repor forças, agradeci á Kyra pelo bem precioso.
Os três olhavam-me, expectantes, na esperança de verem algum resultado do encarceramento, mas eu apenas me virei para o Liam:
- Liam, queria-te pedir desculpa pelas minhas reações. Fui muito explosivo e tu só me querias ajudar- ele apertou a minha mão e deu-me um abraço.
- Não me agradeças, Zayn, eu compreendo que tu não estavas em ti. Tu, agora, precisas de descansar para recuperar forças. Eu, depois, quero falar contigo. Preciso que me ajudes numa coisa.- acenei que sim.
Ele e a Kyra levaram-me, apoiado nos ombros deles, até ao meu quarto. Dormi durante dois dias seguidos e acordei completamente renovado.
Fui falar com o Liam, ele estava no escritório:
- Posso? Disseste que precisavas da minha ajuda. Já estou aqui.
- E fico feliz que já estejas recuperado. Bem, eu gostava muito de fazer uma festa aqui no Inferno, para animar e trazer mais clientes, mas ando muito ocupado com as finanças.
Eu olhei para ele, desconfiado. O Liam raramente fazia festas no Inferno, dizia que não gostava de multidões:
- Que tipo de festa é que queres?- ele estava distraído a olhar para o telemóvel.
- Um baile de máscaras, tipo Carnaval de Veneza. Que me dizes? Tens aqui a morada da loja que eu quero contratar- ele entregou-me um pedaço de papel.
- Eu vou já começar a tratar de tudo.
- Eu confio em ti e no teu bom gosto.
Levantei-me para me dirigir á porta, mas um chamamento do Liam travou-me:
- Senti a tua falta, amigo. Espero que a partir de agora, tudo comece a correr bem.
- Eu também. Agora, vejo as coisas de maneira diferente. Acordei para a vida e percebi que ela ainda vale a pena viver.
