Sequestro

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Otávio estava em casa,já recolhido,porém não dormia. Seus pensamentos não conseguiam deixar de lado a rejeição de Luccino. Ele segurava uma veste de Luccino nas mãos - que surrupiara na casa do italiano,quando estivera lá com Mariana. - e as levou pela centésima vez ao rosto e sentindo o cheiro do seu amado.

- Ele também gosta de mim...eu sei disso... Então por que não quer viver comigo ? - Ele falava sozinho olhando a peça,refletindo. - Talvez ele não goste tanto assim de mim...- Ele largou a camisa de Luccino e se afastou.

- Como você é burro, capitão ,francamente. - Otávio pulara na cama,era Mariana que entraram pela janela.

- Mariana,o que faz aqui ? - Disse ele enquanto ela checava o espelho.

- Eu é que lhe pergunto,capitão. - Mariana tinha uma feição que oscilava entre desapontamento e repreensão . - Não só você,mas também Luccino deveriam estar indo embora do Vale.

- Como você...- Otávio estava estagnado com a ousadia da Benedito.

- Luccino me contou. Eu disse a ele que deveria ter aceitado,mas ele negou e disse que...

- Somos apenas amigos que se gostam demais. - Otávio segurava a camisa de Luccino,os olhos baixos.

- Sim ... - Mariana se sentou ao lado dele.

- Não entendo...ele disse que gosta de mim,porque não aceitou ?

- Ele se preocupa com você,e acha injusto que você abandone tudo por ele.

- Mas ele é o meu tudo! - Otávio dissera sem pensar e agora estava vermelho. - Digo...eu...

- Você e ele,amam um ao outro,isso está claro,tanto para um quanto para outro. O problema é que os dois são covardes ! Por isso não estão juntos! - Mariana se levantara e cruzara os braços.

- Eu ? Covarde ? - Ele se levantou,indignado. - Eu estou disposto a largar o exército,minha reputação, por ele. Onde isto é covardia ?

- Um ato de coragem não muda o fato de ser medroso. - Otávio,estava contrariado com tudo aquilo. - Vocês dois estão pertíssimo de serem felizes,só é necessário que um dos dois dê o último passo. Ouça o que vai fazer e ouça com atenção.

Otávio ouviu cada palavra do plano de Mariana,ao final,seus olhos pularam pra fora.

- Ficou louca ? Não posso...

- Você pode! E vai fazer. - Mariana se direcionava a janela e se preparava para ir.

- Mariana,eu não sei se consigo.

- Se você não fizer,ele também não fará. Apenas pergunte a si mesmo ; O que quer pro futuro, estar ao lado do homem que ama ou estar ao lado dele sem poder amá-lo ? - Mariana disse por último e saiu,Otávio pôde ouvir o barulho da moto.

Era um plano maluco,astuto,mas maluco. Completamente insano. Mas era a única chance de Otávio e ele sabia disso,não tinha escolha, Luccino era o amor da vida dele e ele não podia mais viver sem ele,e se aquele era o único modo dos dois serem quem era,que seja.

[...]

Luccino dormia,não muito bem,sonhava com Otávio novamente,tudo aquilo se repetia havia noites . Luccino sonhava com seu capitão frequentemente,para não dizer sempre. E os sonhos sempre acabavam sempre na hora do beijo,para a infelicidade de Luccino.

Luccino,ainda de olhos fechados,ouviu um barulho na janela e no chão também,antes que pudesse abrir os olhos e ver o que era,teve sua boca tapada por um pano com um cheiro...esquisito. Luccino ficara sonolento e se entregara ao sono em segundos,conseguindo abrir os olhos uma última vez e ver de relance a face do Otávio e ouvi-lo dizer

Contos LutávioWhere stories live. Discover now