Angel In Me | H.S

11

"Escolha suas palavras
Pois não há antídoto para essa maldição"
- Ever Since New York, Harry Styles

☆

Eu acordei decidida. Na verdade, acordei mesmo foi com enxaqueca, mas depois decidi que estava cansada de viver sem saber o que podia ou não fazer com Harry, vendo-o sorrir, brincar e flertar em um minuto e se fechar, afastar e fugir no outro.

Agradeci aos deuses por Andrew não estar a vista quando sai da cabana, apenas Harry. Era meu momento e não pude crer em minha sorte. Aproveitei para observá-lo, meus olhos seguindo pela linha firme e dura de seu maxilar, subindo pelos lábios carnudos. Seus olhos estavam fixos em um ponto distante, brilhantes devido a luz fraca do sol. Ele era tão perfeito que só podia ser descrito como a forma em carne e osso de Apolo, o Deus grego da beleza. Me pego imaginando-o se a perfeição continua sem aquele monte de tecido em seu corpo e uma lembrança forte dele em minha sala volta.

Acho que se você encarar um pouquinho mais vai abrir um buraco na minha cabeça, bruxinha.

Me sobressalto e vejo um sorriso malicioso surgindo em seus lábios atraentes. Seu olhar continua fixo no horizonte e me pergunto quanto mais ele pode saber sem precisar me ver diretamente.

Muita coisa. Aliás, se quer me ver nu é só pedir.

Acho que pedidos não funcionam muito bem com você. Tentei ontem, lembra?

Suas feições endurecem e ele se vira para mim. Suspirando, caminha com uma lentidão hollywoodiana até mim.

- Bom dia. - me cumprimenta como se não tivéssemos acabado de conversar. Faz um gesto indicando que sente e nos sentamos juntos. - Tentei usar um pouco dos meus truques para fazer café da manhã, mas não deu muito certo. Finalmente algo que você é melhor que eu.

- Sou melhor que você em muitas coisas, principalmente em ser direta em como me sinto. - encaro-o, deixando claro que não estou para brincadeiras. Ele me ignora, pegando a tigela com o que parecia cereal.

- Aqui, coma um pouco. Se sente mais forte? - muda de assunto. Assinto, ainda observando-o profundamente.

Caímos em silêncio enquanto como. Harry brinca com os restos da fogueira e eu, novamente, o analiso. Sua espontaneidade é falsa, forçada. Ele quer parecer casual, mas está incomodado como se soubesse o que está prestes a acontecer.

- Harry, precisamos conversar. - repouso a tigela vazia no espaço entre nós. Ele demora alguns segundos para reagir, mas, por fim, suspira longamente.

- Eu sei. - murmura baixinho. Nossos olhos se encontram e vejo o receio profundo.

- Não podemos continuar isso assim, precisamos ser honestos. - respiro fundo, tomando coragem. - Você sabe como me sinto em relação a você, talvez você flerte de brincadeira, mas... mas eu realmente sinto algo sério. Quero te entender, quero saber meus limites, temos que ser sinceros um com o outro.

Ele me encara, divido entre a surpresa de minha confissão e o medo. Temi ter forçado a barra e ele dizer que não estava pronto para se abrir ainda, porém Harry simplesmente estende a mão.

- Minhas fontes dizem que Viajantes podem viajar para qualquer passado, mesmo não tendo conhecimento sobre ele, se tiver uma ajuda. Gostaria de tentar? - Styles me olha, desafiando, seu velho sorriso malicioso de volta. É como se esse fosse seu ponto de comodidade, pois consigo ver em seus olhos como está a beira do pânico com o que está próximo a revelar.