12

198 25 40
                                    

"Isso é tão errado?
Isso é tão errado?
Que você me faz forte."
- Strong, One Direction

Dor.

Desde o sequestro tudo que eu sentia, pensava e conseguia ver era dor.

As coisas estavam confusas e horríveis. Ninguém me deixava saber como Harry ou Andy estavam, então nem mesmo sabia se tinham sobrevivido.

Agora, estava pendurada pelas mãos a alguns centímetros do chão, meus pulsos em carne viva devido às algemas apertadas que algum dos Impuros tinha roubado de um policial que jazia morto a alguns metros de mim, uma lembrança constante de todas as mortes que eu havia causado.

Eu. Eu parecia ser o centro de muita desgraça ultimamente. Os Impuros me lembravam com certa frequência de que eu poderia acabar com tudo aquilo se fizesse o que eles mandavam.

Eu, com a mesma frequência, cuspia na cara deles em resposta, o que resultava em horas de tortura física, psicológica e mágica.

Meu estômago roncou alto. Não me lembrava quando fora a última vez que comera ou a quanto tempo estava ali. A sala era escura e não tinha janela. A porta era tão grossa que eu poderia estar presa dentro de um cofre e não saberia.

Por horas, eu tentara gritar, mas um dos Impuros mais velhos viera e, com um feitiço, tirara a minha voz. Eu perdera tudo e estava começando a desistir lentamente.

Com esse pensamento animador, um dos Impuros chamado Connor adentrou meu quartinho.

- Você está ótima. - zomba com um sorriso malicioso. Mantenho meu olhar na porta aberta, tentando descobrir onde estava ou que horas eram. Tentava também, inconscientemente, ouvir a voz de Andy ou Harry, rezando para que não ouvisse, mas, ao mesmo tempo, desejando poder saber se estavam vivos ainda.

- Ela ainda se recusa a falar qualquer coisa. - rosna a baixinha ao lado dele, uma Impura chamada Julie.

- Talvez a gente devesse trazer o namoradinho dela. - Connor estreita os olhos para mim, o sorriso aumentando. Reprimi as emoções mais a fundo, me recusando a mostrar medo ou receio com a ameaça.

A garota se mexeu, desconfortável. Se um dos garotos estava mesmo aqui, com certeza estava lhes dando trabalho. Tive que usar tudo o que restava das minhas forças para reprimir um sorriso.

E então ali estava: a minha companheira dor. Era como se pequenas serpentes caminhassem por minhas veias e saíssem picando todo o meu corpo. O grito gutural que soltei foi de gelar os ossos de qualquer um. Connor sorria cada vez mais enquanto murmurava o feitiço que me mantinha em sofrimento puro.

A tortura não parou por ali, ele continuo fazendo-me sentir como se cada um dos meus ossos estivesse sendo esmagado e, em seguida, esquentando meus órgãos de dentro pra fora.

Quando se cansou, o que pareceu horas depois, eu estava ofegante, suando frio e a beira das lágrimas. Connor riu.

- Mudou de ideia finalmente, Viajante? - sem esperar uma resposta, ele chutou meu estômago. Pontos pretos apareceram em minha visão e fechei os olhos.

Angel In Me | H.SWhere stories live. Discover now