capítulo 8: sentimentos

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Após um fim de semana inteiro afundada em pipocas e seriados da Netflix, eu finalmente vou à escola na segunda, como um robô

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Após um fim de semana inteiro afundada em pipocas e seriados da Netflix, eu finalmente vou à escola na segunda, como um robô.

Minhas atividades são feitas no modo automático, sobretudo no que diz respeito a prestar atenção na aula de Inglês da professora Mary Burton, uma velhinha simpática que discursa com uma voz irritantemente baixa.

Suspiro em meio à aula, anotando o que consigo, para não ser pega de surpresa nas provas. 

Eu: Onde você se meteu?

Envio uma mensagem de texto para Geórgia em meu celular jurássico, na hora do almoço. Ela deu um jeito de sair da sala antes do intervalo para se encontrar com um cara.

Geórgia: No refeitório. Estou esperando você aqui.

Eu: Okay.

Sigo pelo corredor, desviando de vários alunos desatentos e mal educados. Isso aqui vira uma selva no intervalo.

Estou tão distraída que não percebo Hilary caminhando na minha direção, no sentido contrário. Antes que eu tenha tempo de processar o que está acontecendo, a garota freia meus próximos passos e me empurra, fazendo meu corpo se chocar com força contra um armário. 

Solto um gemido de dor e observado o corte em minha mão antes de direcionar meu olhar espantado para a Hilary. Ela está com as mãos no quadril e um olhar assassino no rosto. Acho que deixei alguém de mal humor.

— Sua vaca! — ela grunhe.

Mantenho o meu olhar fixo no seu. Não vou demostrar o quanto essa garota me intimida. Um olhar de relance para o corredor deixa claro que já temos uma pequena plateia de alunos se formando.

— Seu ataque infantil e inútil só evidencia o quando você é maluca. — murmuro, ganhando um olhar assassino. Ouço algumas risadinhas. — Tchau, Hilary. — tento não levar a sério o que ela acabou de fazer, apesar de ser bem difícil, e me preparo para lhe dar as costas. 

Antes que eu possa fazer isso, meu cabelo é puxado bruscamente e sou jogada contra o mesmo armário de antes. Resmungo pela dor nas costelas e Hilary me encara; o rosto irritado próximo ao meu. Sinto sua respiração contra a minha pele e noto sua evidente perda de controle.

— Ficou louca? — resmungo, respirando com dificuldade.

— Cala a maldita boca, Shields!

— O que está acontecendo aqui? — Alyssa aparece atrás da amiga, espantada. Shelly, Hope e o resto da turminha de populares empurram os alunos curiosos do caminho, tentando ver algo.

— Estou tendo uma conversa de garotas com essa vadia. — diz Hilary para Alyssa, que ergue uma sobrancelha, mas não diz nada.

Aperto os punhos na lateral do corpo, tentando me controlar. Revidar agora só me meteria em confusão. E desde que eu sei que Hilary sairia ilesa por ser filha do diretor, também sei que posso ser expulsa.

Desejo ReprimidoOnde histórias criam vida. Descubra agora