O desafio

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Daquela manhã em diante comecei a conversar com frequência com aquele estranho que insistia em me chamar por aquela sigla, que não tinha nenhum significado para mim.

'Conseguiu resolver o seu enigma?'

Não fazia ideia de como ele sabia desses coisas. Ou seria ela?

'Você está me espionando?'

'Você sabe que nada passa despercebido para quem procura com atenção.'

'Ainda não encontrei o meu erro.'

'Talvez eu possa te ajudar'

Ah, sei. E roubar o meu código.

'Não obrigada. Sei me virar.'

'Vamos jogar um jogo. Chama-se jogo da imitação. Você me faz três perguntas e eu respondo. Após as respostas você me diz se sou humano ou uma inteligência artificial.'

Estranho. Começo a ter um pouco de medo dessa conversa.

'Você sabe que o teste de Turing já foi desacreditado pela ciência, não sabe?'

'Ah, vamos! Será divertido!'

Para mim era indiferente já que eu estava cansada para trabalhar no maldito código.

'Ok. Vou pensar em algo para perguntar e já te digo.'

Passou um pouco de tempo desde que estava conversando com o estranho. Eu o chamava de Doc. Em referência ao personagem doutor estranho dos quadrinhos.  Quando lhe disse do apelido ele respondeu com um 'lol'.  Poderia dizer ser o meu primeiro amigo.

'Ok. Primeira pergunta. Como se sentiu quando deu o seu primeiro beijo?'

Não acredito que perguntei aquilo para uma pessoa! Ou máquina, não sei.

'Me senti confuso. E feliz.'

Hum... Vago.

'Segunda pergunta: você se sente só?'

Acho que errei nessa pergunta. Porém a certeza veio com a resposta.

'Sim.'

'Última pergunta: você quer que eu te passe o meu código porquê não acredita que eu vou conseguir termina-lo?'

'Acredito que consigo encontrar o erro e fazê-lo funcionar em 2 horas.'

Maldito!

- Humano! Essa foi fácil.

'Então, já tem um veredito?'

'Sim. Você é mais humano que eu!'

'O que te faz crer nisso?'

'Máquinas não tem o seu ego.'

Atrás da tela azulWhere stories live. Discover now