Atrás da tela azul

O presente

Estávamos as duas olhando para aquela enorme caixa.
- Posso abrir?
Eu sorri e acenei com a cabeça.
Ela prontamente pega um abridor de cartas e começa a forçar os lacres da caixa.
Obviamente estava ansiosa. Mas eu meio que sabia o que estava por vir. Só não imaginava o que isso iria fazer com minha vida.
A frente da caixa cai e eu observo dentro dela um jovem, pele branca e cabelos loiros. Ele está de olhos fechados, como se estivesse dormindo. Aparentava ter uns vinte e poucos anos. E era bonito.
- Foi rápido, não foi? Aposto que você não esperava por ele tão logo!
A Chloe parecia uma criança no natal.
- Para ativa-lo você precisa informar seu modelo e código de ativação. - ela dizia isso enquanto olhava os vários papéis que acompanhavam o androide.
Ela me entregou um folheto com o modelo e código.
- Precisa dizer em voz alta.
Engoli seco. Estava um pouco nervosa. Essa era uma tecnologia muito nova, mas estava com o coração acelerado. Finalmente vou ver um de perto.
- Ativando o modelo RK1, código de ativação 0001.
Uma pequena luz piscou na lateral direita do rosto do androide.
- Agora você diz o nome dele. - Disse a Chloe, sorrindo.
Nome... Não havia pensado nisso. Nunca tive nem um peixe dourado para dar nome. Bom, mas ele tem essa aparência jovem... E é um androide.
- RK1, seu nome é Andrew.
Ele abre os olhos e olha para mim. Eu estava bem abaixo da sua visão. Ele sorri.
- Olá, meu nome é Andrew.
Que voz doce. Gostaria de saber quem faz essas gravações. Era estranhamente familiar o seu olhar. Ele tinha olhos amarelados e um jeito meigo de olhar.
Ele deu um passo a frente e saiu da caixa. Foi quando notei o pequeno led em sua têmpora direita. Era um pequeno halo brilhando em amarelo. 
Ele se ajoelhou na minha frente e me olhou diretamente nos olhos. Tinha um sorriso discreto nos lábios.
- Qual é o seu nome?
Fiquei constrangida com a proximidade.
- Lindsey.
- O quê posso fazer por você, Lindsey?
- An, eu não...
- Agora que você foram oficialmente apresentados- interrompeu a moça sorridente - Vou voltar para Detroit.
Eu fiquei um pouco aflita, já que não sabia bem o que viria depois.
- Chloe, eu não sei...
- Você vai se sair bem. Ele é bem autônomo e vai te ajudar. Mas aqui esta o telefone do Elijah, caso tenha algum problema.
Ela me entregou um cartão e saiu pela porta.