𝑠𝑒𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑒 𝑡𝑟𝑒̂𝑠

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Primeiramente, me desculpem. Espero que ainda gostem de mim um pouquinho.

Ellen.

O choro de Louise não cessava, era um choro sentido. Sabe aquelas coisas que os mais antigos dizem, que as crianças sentem as presenças ruins ou algo assim, então. Ela parecia estar sentindo agora.

Esperei por Sandra enquanto tentava acalma-la. Enquanto tentava me acalmar. As lágrimas ainda corriam no meu rosto mas eu tentava cantar algo para ela.

- Brilha linda flor, teu poder venceu, trás de volta já o que uma vez foi meu... - Minha garganta se fechou por um momento e as lágrimas caíram ainda mais. - Cura o que se feriu, salva o que se perdeu, trás de volta já o que uma vez foi meu, uma vez foi meu.

Ouvi o barulho da porta e meu coração acelerou. Sandra havia deixado sua chave depois que se mudou para o apartamento de Ed, então só podia ser Patrick.

- Você precisa me ouvir. - Seus olhos estavam vermelhos. Seu rosto estava marcado pelas lágrimas.

- Eu não quero te ouvir. Eu só preciso que vá embora. - Pedi sem força alguma, eu estava totalmente quebrada.

- Eu não vou! Ellen, por favor. Me escuta. - Suplicou ele.

- Que diabos Patrick! O que você tem a dizer? Que eu já não estava sendo boa o suficiente para você? Que o tesão acabou? Que o amor que você dizia sentir havia se dissipado? Ótimo, já sei de tudo, pode sair. - Tentei inutilmente sair dali. Ele segurou em meu braço.

- Não é nada disso, eu... é que... Ellen por favor. - O olhei enojada.

- Me solte! - Rosnei para ele.

- Eu sei que nada do que eu disser agora soará válido para você, mas... O meu amor não se dissipou. - As lágrimas correram no rosto dele. Puxei meu braço e tentei sair dali mas meus pés não se moviam. - Eu te amo, Ellen.

- Vai se foder! - Minha raiva me sucumbiu. Eu precisava soltar, como ele podia dizer que me ama depois de tudo?

Ele abaixou a cabeça e suspirou. O silêncio ficou pesado, Louise não chorava mais, só se ouvia nossas respirações. Eu tentei dar alguns passos em direção à escada.

- Ellen! - A voz de Patrick soou forte.

Seu coração apertou em seu peito. Sua respiração falhou um pouco. Ela quis chorar.

- Ellen! - A voz soou estridente em seu ouvido. Ela apertou os olhos com força.

A loira bateu os cílios três vezes consecutivas. Por que diabos ele estava gritando?

- Ellen, você dormiu no chão do banheiro?! - Patrick falou quando ela abriu mais os olhos. - Seu celular não para de tocar, é Sandra.

Primeiro ela fitou o teto branco de seu banheiro, depois olhou para ele de lado. Louise estava em seus braços. Sua mão tocou o piso e ela se arrepiou com o contato frio repentino.

- Está chorando? - Ele perguntou. Ela se sentou devagar, sua cabeça rodava.

Ele entrou no banheiro e se aproximou dela.

- Amor, o que foi? Por que está chorando? - Ela suspirou fitando seus olhos azuis.

- Eu vim tomar banho e me sentei um pouco no chão... nem vi quando deitei. - Explicou ela totalmente perdida.

- Sim, eu sei que veio tomar banho. - Ele riu. - Vim atrás porque estava demorando muito. Vai tomar seu banho. Ainda precisa ir na empresa hoje, não é?

- Eu não fui na empresa hoje? - Questionou ela.

- Não... - Ele a olhou com os olhos semicerrados. - O que você tem?

- Lou estava chorando? - Ela perguntou se levantando.

- Sim. Você sabe... é só você sair que ela chora. - Ele riu.

Ela deu um sorriso torto.

- Pode ligar para Sandra e dizer que logo retorno para ela? Acho que vou almoçar com ela hoje. - Ellen começou a se despir. Patrick a olhou atentamente seguindo seus movimentos. - Patrick! Você me ouviu?

- Oh. Sim. Eu vou, eu irei... ok. - Ele engoliu seco e logo saiu do banheiro.

Ellen entrou debaixo do chuveiro e abriu o registro, sentindo a água fria cair sobre seu corpo. Ela ainda se sentia perdida.

Mas que porra ela acabara de sonhar?!

***********************
Meu coração é uma pedra, mas eu não seria tão má, né!? Fala sério, estava óbvio que era sonho, não acham?

Até logo, manas.
#semrevisão

Até que eu vά Onde histórias criam vida. Descubra agora