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🏂 Alexsander

- Mas como assim 2019? Não pode ser, estamos em 1913 – disse ele olhando para os lados.

- Espera um pouco – entro no quarto e pego um jornal que eu tinha trago, claro que ele era de nove dias atrás mas pelo menos tinha o ano – toma, olha, viu? – falei mostrando a data pra ele.

- Meu deus, isso é impossivel, eu teria que ter 133 anos – dizia ele com cara de espanto.

- Ta bem conservado... quer dizer, eu te encontrei totalmente congelado, eu tive que quebrar o gelo envolta do seu braço – digo e ele volta a atenção pra mim – é claro que eu não acredito nisso, como você... – digo sem terminar a frase.

- Eu não sei – diz ele sentando no banco.

- Olha, eu estou voltando pra casa, quando a gente chegar lá você vê oque você quer fazer, ok? – perguntei pra ele tentando o acalmar, de qualquer jeito eu não poderia o deixar ali mesmo.

- Ok, obrigado – diz ele sorrindo tristemente.

- Olha, eu vou ficar aqui pra comandar o barco mas você pode entra e tomar um banho – digo ficando vermelho – ai você coloca uma roupa mais quente, ai você volta pra cá ou pode ir dormir, a rotinha é, eu vou navegar o dia inteiro, ai quando eu tiver com sono eu jogo a ancora e depois vou dormir, acordo cedo e volto a navegar, ok?

- Tudo bem, eu acho que vou tomar banho então – diz ele levantando, então eu o olho de cima a baixo.

- Então, eu acho que minhas roupas não vão caber – digo e ele solta um risinho.

- Não tem problema, eu posso ficar enrrolado na coberta – diz ele com um sorriso no rosto, e então ele entra.

Eu fico o olhando até ele entrar e então eu olho envolta do barco pra ver se não tinha mais ninguem, e então eu volto a navegar, fico o dia inteiro navegando, quando olho a hora já tinha passado da hora do almoço, quando eu entro no quarto eu vejo aquele homem enorme enrrolado na minha coberta e dormindo, a unica coisa que eu pensei é se ele tava realmente pelado por baixo, vou até onde fica a cozinha, e não era muito longe, ou seja, só tinha dois comodos, o banheiro e o outro era quarto, cozinha e sala tudo junto, era tudo muito pequeno, fasso uma comida simples e deixo em cima do fogão, vou até o banheiro lavar as mãos e vejo que ele tinha lavado a roupa de baixo do chuveiro, achei super fofo, qualquer um tiraria a roupa e deixaria jogado em qualquer canto, quando eu saio do banheiro eu vejo ele em pé, parado e todo enrroladinho na coberta.

- Desculpa, eu tive que ficar sem roupa – diz ele sem jeito.

- Espera, eu acho que tenho uma bermuda que vai ficar igual uma cueca box pra você – digo rindo, pego e dou pra ele, a cueca claro.

- Obrigado – diz ele rindo tambem, ele começou a desenrrolar a coberta e eu paralisei.

- AQUI NÃO! – grito desesperado, eu não podia morrer de ataque cardiaco ali, eu precisava ir pra casa.

- Ah é porque eu não, quer dizer... o banheiro é pequeno pra mim – diz ele rindo sem humor e ficando super vermelho.

- Aaaaa, deixa eu olhar pra lá – e então eu me viro, meu deus, oque eu to fazendo, to parecendo doido.

E então eu me viro e vejo ele só com a bermuda, aquele corpo forte e masculo, que braço era aquele?

- É ficou mesmo como uma cueca – diz ele rindo.

- Não está com frio? – pergunto pois eu estava quase morrendo de frio.

- Não, eu sou bem resistente ao frio, e aqui ta quentinho – diz ele pegando a coberta do chão.

- Vamos comer? Acabei de fazer macarrão – falei já indo em direção ao fogão.

- Vamos, to morrendo de fome, ficar 105 anos sem comer não é pra qualquer um – diz ele rindo.

- Eu não suporto nem duas horas – digo gargalhando.

E então comemos, depois deixei ele lá dentro por motivos obvios, não ia deixar ele lá do lado de fora só com uma coberta né, durante a tarde o mar estava agitado, mas quando foi anoitecendo ele foi acalmando, ainda bem que olhei o tempo durante um mês, imagina se de madrugada começace uma tempestade? Eu não sairia vivo desse mar, quando deu exatamente onze da noite ele veio me chamar.

- Não vem dormir? – pergunta ele com a cabeça pro lado de fora do quarto, eu confesso que estava evitando ir.

- A sim, só vou jogar a âncora – digo e paro o barco, vou até a corrente da âncora e a solto, vou em direção a porta e então ele entra.

- Então, eu posso dormir em uma coberta no chão – diz ele enquanto estavamos olhando pra cama.

- Não, que isso, você pode dormir na cama e eu durmo no chão – digo.

- A cama é grande, podesmo dormir os dois então – diz ele.

- Ok, vou só tomar banho primeiro – digo e pego roupa e toalhas no baú – olha, eu não costumo comer de noite, mas se estiver com fome pode comer qualquer coisa ta? Se sinta em casa – e então eu entro no banheiro.

Demoro um pouco pra ver se quando eu sair ele já estar dormindo, mas claro que não, deus queria fazer eu passar mais vergonha.

- Ei, eu fiz sanduiche – diz ele colocando em uma bandeija junto com um copo de suco.

- Não precisava – digo achando fofo ele arrumando tudo bonitinho.

- Tem que comer – diz ele seriamente – claro, se quiser – diz ele voltando a sorrir.

- É claro que eu quero – digo sorrindo de volta.

Entre dois mundos (Romance Gay)Where stories live. Discover now