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Capítulo V

" O ser humano gosta de complicar as coisas, é só uma brisa, quem sabe ela bagunce teu cabelo, quem sabe te acaricie o rosto, quem sabe, quem sabe..."
-Dom Casmurro

Bruno Cavallieri

Saio apressado da recepção, o ódio que senti ao ver Beatrice com aquele homem. Será que é namorado dela? Meu sangue está fervendo, ela estava tão feliz e alegre, tão despreocupada, eu não poderia deixar aquela felicidade dela continuar, não quando quem a deixou assim foi aquele filho da Put... (Meus pensamentos são interrompidos por um Juscelino enraivado, que grita meu nome vindo em minha direção.

- O que foi aquilo cara, você está louco? Como você foi tão grosso com a Beatrice, o que ela te fez? (Ele me questiona e fico calado, nem eu sei o motivo de ter a tratado daquela maneira) você nem a deixou falar o que estava fazendo, e simplesmente a humilhou na frente de toda a recepção. Você não é assim Bruno, nunca o vi ser arrogante com nenhuma mulher. Até a atirada da Carla você trata muito bem. O que houve? Enlouqueceu?

- Se meta com sua vida Juscelino, da minha secretária cuido eu, afinal a sua também estava fora do trabalho. (Digo impaciente, PORRA! O que está acontecendo comigo?)

- Porra, realmente tem algo errado para você estar assim, e se você quer saber eu dispensei a Ariele, tendo em vista que passaríamos a tarde fora. Mas se você está afim de ser esse cretino arrogante, eu não me meto mais na sua vida. (Merda, até com o Júnior estou brigando, antes que eu possa dizer alguma coisa ele sai de perto de mim, e não tenho tempo de me desculpar. Estou em frente ao elevador privado e simplesmente ignoro a porta aberta. QUE PORRA EU FIZ? Entro em uma porta, a qual informa acesso restrito e saio em um pequeno cômodo com materiais de limpeza e atravesso a pequena sala e vou pela outra porta que dá direto para a garagem. Não vou conseguir olhar para Beatrice após ridiculariza-lá na frente de todos. Eu sei que estou sendo covarde em não enfrentar meus problemas, mas preciso esfriar minha cabeça. O que aconteceu ? Eu não consigo explicar.

Saio em disparada a procura do meu carro e apenas entro nele. Droga Bruno! Droga, Droga, Droga! O que eu vou fazer? Porque agir daquela maneira. Eu não sei o que está acontecendo comigo? Ligo o motor e vou para o único lugar que posso ter um pouco de consciência. Ainda no carro faço uma ligação rápida para Carla e a peço para dispensar Beatrice por hoje. Não posso deixar ela lá com toda a cena que eu fiz, só espero que Carla seja civilizada ao dar o recado. Estou sendo covarde em não falar diretamente, mas Porra é tudo muito complicado.

Chego em frente a casa onde cresci, uma buzina e o portão já estava sendo aberto em minutos. Entro e cumprimento minha tia com um abraço.

- Nossa que surpresa meu filho, nunca esteve esse horário por aqui. Aconteceu algo? (Tiro o palitó e deixo meus sapatos na entrada de casa. E sento no sofá ficando de frente para ela. )

- Eu não sei tia, não sei. Hoje fiz algo que nunca pensei em fazer. (Digo sincero)

- Ah filho, você está apaixonado apenas isso. (Meu pai com sua voz grossa interrompe nossa conversa e vem se juntar a nós.) Já faz muito tempo que percebo isso, só não entendi por que você não apresentou a ninguém, ou você ainda não deu uma chance para seu coração?

- Por que você acha que estou apaixonado pai? (Pergunto, impossível ele ter descoberto do nada, a não ser que tenham bola de cristal e nisso eu não acredito.)

- Você ainda pergunta Bruno? (Tia Maju me questiona.) Meu querido, eu e seu pai estamos a quase um ano apostando quando você iria nos contar, meu bem, depois da visita com o Maicon ano passado, você mudou. Passou a vim com mais frequência e ficar no jardim olhando a fonte que sua mãe tanto admirava. Percebemos que algo havia mudado, você antes chegava contente brincalhão e ultimamente tem ficado calado e pensativo filho. Nós vimos você crescer, não é difícil de perceber quando alguém que a gente ama está apaixonado. (Ela termina e meu pai continua)