Capítulo XXXV

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"Quando você esbarrou em mim a um ano atrás, eu senti uma necessidade de descobrir quem é você. Sua boquinha nervosa e distraída pedindo desculpa até eu chamá-la de garota e do nada você sair sem ao menos me dar o prazer de descobrir mais sobre você."

- Melinda Collins

Bruno Cavalliere

- O que aconteceu com você meu amor? (A voz de Beatrice invade meus ouvidos, eu apenas me aproximo dela e deito minha cabeça em seu corpo, é tanta coisa que estou sentindo. Isso tudo é culpa minha, tudo isso!)

- Me perdoa Bia, tudo isso é minha culpa. (Digo sentindo uma força sobrenatural rasgar minha alma ao meio, nosso bebê se foi e por um tiro meu. A culpa é minha, não consigo controlar e deixo as malditas lágrimas rolarem.)

- Bruno, olha para mim! (Eu não posso, não posso encará-la, não posso olhar em seus olhos sem pensar no futuro lindo que estava planejando para nós três e por minha causa tudo se foi.) BRUNO CAVALLIERE OLHE PARA MIM IMEDIATAMENTE! (Sua voz é tão grave que não tenho como negar, eu sou a PORRA de um homem perdido e covarde, é isso que sou um covarde medíocre. Faço o que ela pede e me perco em seu olhar, as lágrimas é involuntária, espero que ninguém saiba disso, A QUEM VOCE QUER ENGANAR BRUNO? Sua honra e reputação já está na lama mesmo, um choro não é nada.) Bruno, preste atenção no que eu vou falar ok? (Balanço a cabeça concordando.) BRUNO, EU PRECISO OUVIR A PORCARIA DA SUA VOZ, DÁ PARA ME RESPONDER? (Seu tom fica alterado)

- Desculpa Bia, estou prestando atenção pode falar! (Suas mãos repousam em cada lado da minha face e vejo que há lágrimas caindo de seus olhos.)

- Você não tem que pedir perdão de absolutamente nada Bruno, você fez o seu papel de procurador, as situações corroboraram para tudo isso acontecer. Uma quadrilha me ameaçou e toda a minha família e de repente eu sou sequestrada do hospital, sei que o primeiro e único pensamento foi que eles voltaram para me assombra. Você não tinha como saber que foi apenas meu irmão que me tirou de lá e ele foi errado, ele não deveria ter feito as coisas escondidos. Mas, não podemos ficar abatidos, era uma gravidez inesperada, não é como se tivéssemos planejado o quarto do bebê ou seu nome, sei que posso parecer grossa falando assim, mas tantas coisas já aconteceram em minha vida que hoje sei que nada é por acaso. E ainda temos muito tempo para fazer não um, nem dois, mas mil filhos. Quer dizer... no máximo três, (sorrio, como assim ela não ver que o culpado foi eu?) mas temos tempo.

- Você não entende Bia, a culpa é minha o tiro saiu da minha arma, você levou um tiro que dei, eu matei nosso filho.

-NÃO BRUNO! Eu não aceito que pense dessa forma, você escutou mamãe, o bebê não sobreviveu por causa da bactéria que peguei por ter saído do hospital na hora errada. Não há nada haver com o tiro, o susto da situação que fez acelerar, mas essa situação não foi provocada porque você quis, foi um mal-entendido. (Ela não faz ideia do que aconteceu.)

- Bia não foi bem assim... (Digo olhando profundo em seus olhos, como eu estava com saudades desse rostinho de princesa, desses cabelos ruivos desse anjo.)

- Então me conte Bruno, como você ficou assim, tão... tão...

- Feio? (Concluo e sorrio, eu sei estou parecendo um mendigo abandonado.)

- Não, você não conseguiria, mesmo raspando a cabeça. (Ela rir e eu acompanho.) Mas sim, você está diferente e eu preciso saber o que aconteceu, sei que mamãe contou o que descobriu, mas você estava aqui, você sabe o que realmente aconteceu, por favor Bruno, seja sincero comigo e me conte de uma vez.

- Está certo Bia, eu vou lhe contar, pois acho que eu preciso te dar essa notícia, só por isso! Por mim você nunca teria que passar por isso... (Digo pensativo!) Você lembra que precisou fazer a cirurgia imediatamente, por causa da escuta que aplicaram em seu pescoço, não é?

O procurador (DEGUSTAÇÃO) Livro completo na AmazonWhere stories live. Discover now