2. Para outro homem.

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Três dias, setenta e duas horas, quatro mil trezentos e vinte minutos que Jimin não lhe dava notícias. Todas as ligações do alfa foram rejeitadas, suas mensagens ignoradas com sucesso, e todas as suas tentativas de contato foram totalmente falhas. O ômega evitaria o quanto pudesse ter contato com o moreno, seu corpo frágil implorava pelo carinho de seu alfa, mas seu coração ferido o mandava afastá-lo como se sua vida dependesse disso.

O dia amanheceu ensolarado em Busan, Jimin acordou-se com a luz do sol refletindo pela janela direto para seus olhos, levou ambas as mãos pequenas e gordinhas, coçando os olhinhos e sentando-se na cama com as bochechinhas fartas marcadas pelos lençóis, um bico inconsciente em seus lábios e seus cabelos rosados para cima em um ato de rebeldia. Revirou os olhos para o lado, encarando sua imagem no espelho da parede, e não resistindo de dar uma risada ao ver sua aparência. Uma risada genuína e gostosa, jogando a cabeça para trás e levando as mãozinhas a sua barriga. Depois que saiu de seu pequeno transe, levantou-se e calçou um par de pantufas de patinhos. Direcionou-se até o banheiro da casa, e memórias imediatas o atingiram. Lembrou-se de quando batia na porta e choramingava para que suas irmãs terminassem logo, pois ele estava apertado. E de quando sua mãe o trazia emburrado para um banho, oras, Jimin era um porquinho e não iria negar isso.

Pegou a escova de dentes lacrada em uma gaveta, a retirando da embalagem e lavando-a antes de colocar o creme dental. Bufou ao ver que a tentativa de fazer a voltinha sexy da pasta foi inútil, aquilo realmente só ocorria nos comerciais. Fez sua higiene bocal, se desfazendo de suas vestes e adentrando o box. Ficou na pontinha de seus pés para ligar o registro, e deliciou-se ao sentir a água quente escorrer por todo seu corpo curvilíneo. Segurou o frasco de shampoo entre seus dedos e despejou em sua palma pequena, levando até seus fios coloridos em um rosa já quase desbotado e os ensaboando com leveza, sentindo o cheiro doce do cosmético adentrar suas narinas. Ensaboou-se e ligou novamente o registro, torcendo para que água quente levasse pelo ralo todas as suas dores, assim como levava aquele resto de espuma. Vestiu-se com um roupão branco e felpudo, secando seus fios com o secador em frente ao espelho. Voltou para o quarto, encostando a porta e vestindo-se com um short branco e confortável, acompanhado de um suéter azul bebê e com listras também brancas. Penteou os fios rebeldes, espirrando em seu corpo um pouco de perfume e os cosméticos que costumava usar. Já podia ouvir a voz doce de sua mãe aproximando-se da porta, então sorriu esperando que a mais velha se fizesse presente.

- Ji? O café está pronto, meu filho. Por que não vem comer com a sua mãe? — A Park mais velha sorriu acolhedora, se aproximou e pôs as mãos na cintura, admirando a figura linda que era seu filho, seu único filho ômega.

- já estava indo, mamãe. Me desculpe pela demora, acabei me distraindo quando acordei — Caminhou até sua mãe, a abraçando com carinho e sendo acolhido da mesma maneira. - Tudo bem! mas como você tá, meu amor? Se sente melhor?

- sinto a falta dele, mas imaginei que eu não o esqueceria da noite pra o dia. O amo demais para supera-lo tão fácil. — Seus olhos marejaram ao lembrar de seu alfa, ah, era claro que Jimin ainda o amava. Forte e incondicionalmente, e sentir saudades era inevitável.

- teremos visitas hoje, o prefeito virá almoçar conosco junto ao seu filho, em uma forma de boas vindas pela volta à cidade. — A mulher disse, abrindo a porta do quarto novamente e caminhando junto ao ômega para cozinha.

- oh, parecem gentis. A que horas chegam? — Sentou-se na mesa, pegando um dos bolinhos de queijo e levando até os lábios rosados, deliciando-se com o gosto caseiro do alimento. - As 12:00, muito provavelmente. — Disse sentando-se junto ao seu filho, e ambos tomaram café em família, daquela forma tão gostosa que não faziam tanto tempo.

Na outra cidade o alfa estava apreensivo, andava de um lado para o outro de forma impaciente. Seu ômega não respondia suas mensagens, o que deixava o moreno frustrado por sempre acreditar que Jimin estaria disposto a estar atrás de si. O moreno tinha uma noção de onde o rosado estaria, oras, era óbvio que Jimin iria correr para debaixo das asas de sua mãe. Mas acontece que Jungkook não estava pronto para ir atrás do ômega, sabia que o baixinho estava irredutível e iria custar a lhe dar outra chance, o que muito provavelmente não aconteceria. O que Jungkook iria fazer? se ajoelhar, pedir desculpas? implorar pelo perdão do garoto? ele não sabia, nunca havia precisado o fazer antes. Jimin sempre ia atrás de si, alegando que estava tudo bem e implorando por seu calor de alfa, e agora o baixinho mudou de forma brusca, desistiu de si, Jungkook estava perdido.

I took you away from me. //jikookWhere stories live. Discover now