Capítulo 13 | PERGUNTAS SEM RESPOSTAS

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- Preciso submergir, para recobrar o fôlego, e reconquistar tudo o que foi perdido...

Ele varre o meu rosto em busca das respostas quem nem mesmo eu tenho, o olhar rígido, o cenho franzido, os dentes trincados, exalando aflição e inquietude pelos poros

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Ele varre o meu rosto em busca das respostas quem nem mesmo eu tenho, o olhar rígido, o cenho franzido, os dentes trincados, exalando aflição e inquietude pelos poros. Respiro fundo, desvencilhando aos poucos meus pulsos de suas mãos firmes, fazendo com que só então ele caia na real, mas a essa altura nem mesmo isso importa; se seremos vistos, se sua postura é ameaçadora ou se parecemos um casal secreto tendo sua DR silenciosa. Ele está ávido por respostas, assim como eu, e pensar que somos um alvo em potencial só aumenta o meu nervosismo, revirando meu estômago antes mesmo do café da manhã:

- Não! - tento justificar. - não fomos tão descuidados assim.

Seus olhos estão vivos em mim, alarmados:

- Como pode ter tanta certeza?! - Vocifera, os membros rígidos, a postura ereta. - Eu não sei como fazem para ter essas informações, mas pelo visto nada escapa da vista deles, quem garante que eles não sabem de nós dois!?

Estou prestes a lhe responder quando ele grita por sobre a minha voz:

- MALDITA HORA EM QUE EU RESOLVI ME ENVOLVER COM VOCÊ, SÓ ME TROUXE PROBLEMAS!

Sinto meu semblante desabar com tudo o que foi dito, conforme ele vasculha o corredor para checar se não foi ouvido (por sorte) por alguém, e nesse breve momento nada mais importa além das duras palavras que acabei de ouvir, pois embora tenhamos um grande alvo vermelho indicando diretamente para nós, nada é mais assombroso e doloroso do que saber que estávamos á beira de ter algo divinamente maravilhoso, mas que foi por água abaixo no momento em que decidi infligir uma de suas regras, tolo.

- Tómas... - Tento, meu tom é de súplica. - Se acalma.

É em vão, e parece surtir o efeito contrário, pois agora ele soca a parede ao nosso lado com força, fazendo com que eu estremeça e produzindo um hematoma visível e avermelhado em seu punho, então adverte:

- Isso tem que parar.

Aí se vai pelo corredor, me deixando á beira do abismo, e embora eu conheça cada centímetro desse colégio, nunca me senti tão perdido o quanto agora me encontro; sozinho e sem respostas, refém dos meus medos (e sentimentos)

...

Não sei dizer ao certo o que me trouxe aqui, embora o responsável pelas minhas lágrimas tenha nome e sobrenome, o fato é que toda uma aula se vai enquanto eu lavo minhas angustias num choro desesperado e abafado, contendo os soluços para que ninguém os ouça, estou na cabine quatro do banheiro, sentado na tampa do vaso, exatamente onde tudo começou, pensando que no fim das contas as coisas boas são sempre o prenuncio de uma série de desgraças consecutivas...

Quando finalmente decido sair, com o rosto notavelmente inchado e os olhos avermelhados, me dirijo até o refeitório, e uma vez lá, agradeço por estar praticamente vazio. Pego uma bandeja e me sirvo de bolo e suco, após tudo o que ocorreu nesse meio tempo, não tenho mais tanto apetite, e assim que me dirijo a um dos cantos reservados, é quase que torturante ingerir o alimento, e estou tão perdido em pensamentos que sequer percebo quando o Boca se aproxima e senta à minha frente:

O Capítulo do Pedro (Spin-off Alojamento dos Héteros)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora