Capítulo 29 | O PENÚLTIMO ATO

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- Coisas loucas assim acontecem o tempo todo.

     A aula logo retorna ao ritmo normal após a breve interrupção - com alguns eventuais burburinhos de fofoca aqui e ali -

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A aula logo retorna ao ritmo normal após a breve interrupção - com alguns eventuais burburinhos de fofoca aqui e ali -. Mas, lamento dizer que depois disso, não consigo pensar em mais nada além do rumo que as coisas irão tomar, com as pernas batendo de apreensão, recolho os meus materiais e me levanto da carteira, atraindo todos os olhares para mim:

- Preciso ir. – Digo às pressas, contornando as outras carteiras desajeitadamente. - Não estou me sentindo muito bem.

O professor me encara como se pudesse me pulverizar ali mesmo, e então dá de ombros, indicando a porta com o piloto que tem em mãos:

- Que seja. Contanto que eu termine o assunto da aula hoje.

- O-obrigado. – Gaguejo, evidenciando minha completa inaptidão em se tratando de criar uma mentira consistente e sólida, por menor que esta seja.

Conforme deixo a sala de aula, só consigo pensar em uma coisa: eu preciso encontrar o Pierre.

...

Perco a noção do tempo enquanto me precipito por entre as frestas das portas entreabertas das salas de aula, mas não tenho muito sucesso em minha busca ostensiva, pois o Pierre não se encontra em nenhuma delas, decido parar um pouco num dos corredores para recobrar o fôlego e reorganizar as ideias, e é ai que o encontro, ao ouvir a sua voz ressoando num ponto próximo e me deixar guiar por ela. Dou a volta no corredor de armários e o encontro próximo ao bebedouro, entregando uma espécie de envelope para um garoto do primeiro ano. Ele me vê e ambos congelam por um tempo, me deixando com a ligeira sensação de que interrompi algo muito suspeito, estou meio sem graça:

- A gente acerta o pagamento depois. – Ele diz, dispensando o garoto e se encaminhando para o bebedouro, continuando quando este já se encontra á uma distância consideravelmente segura. – E aí, o que tá pegando?

- O Vice-diretor acabou de levar o Quarteto da Reprovação para a sala do diretor, acontece que o Jp sequer deu as caras na aula de história, você por acaso está sabendo de alguma coisa?

Ele deixa a água escorregar da boca num descuido, e então, voltando as atenções a mim, limpa tudo com as costas da mão:

- Tudo o que sei é que ele não trocou uma palavra com nenhum de nós pelo resto do dia, a noite, quando fui perguntar sobre a sua escolha, ele disse que iria "dar um jeito" em tudo, e então saiu pra fumar um baseado.

- Receio que ele tenha se entregado. – Pondero, ele me lança um olhar de reprovação.

- Vai me dizer que ficou ressentido pelo Jp agora? Sério? Qual é o seu problema afinal?

- Não é isso! – replico. – é só que, o Jp não é como os outros, eu sei disso, ele pode sim ter se deixado levar pelo "trio", mas acontece que ele se sentiu incomodado com aquilo tudo, eu vi, não me parece que tenha arquitetado aquela coisa horrível, ele comeu pilha.

Ele revira os olhos, bufando, e então põe uma das mãos em meu ombro, olhando o meu íntimo:

- Escuta, eu não sei que tipo de penitência você acha que tem cara, mas nesse exato momento a balança da justiça está ajustando os pesos e pondo tudo em ordem, e ainda que o Jp tenha tido algum tipo de receio naquele dia, isso não anula o que houve com os carinhas que foram expostos lá no corredor.

Assinto em confirmação, emendando:

- Então, o que você sugere que façamos?

Ele debate a questão mentalmente, analisando as circunstâncias:

- Agora a gente vai lá! – diz, me pegando desprevenido e me dando um baita de um susto:

- C-como assim? – indago, surpreso. – Na sala do diretor?

- É, vamos espionar e ver o que conseguimos.

- Você espera mesmo que eu participe disso?

- Sim. Não é tão ruim o quanto dar a bunda ou se apaixonar por um completo zero à esquerda.

- Não estamos mais juntos... – observo, ele parece pasmado:

- Pera aí, oque?

- É isso aí, acabou. Tivemos um desentendimento e até aposto que depois de ontem você subiu umas três posições na lista dos mais odiados pelo Tómas.

Ele ri, dando um leve soquinho em meu braço:

- Que maravilha! Ao invés de me fazer borrar de medo, isso me dá uma espécie de prazer estranho, é quase como se eu tivesse acabado de gozar!

- Você não deveria sair por aí falando essas coisas. – Repreendo.

- Então, você vem?

- Não.

- Que seja, eu nunca espero nada de vocês mesmo. Preferem concluir o terceiro ano e sair daqui com a certeza de que não fizeram nada além de assistir aulas, fazer trabalhos e toda essa droga...

Ele já se afasta de mim enquanto pronuncia as palavras com ironia, acontece que elas são como iscas vivas, me atraindo diretamente para o Pierre e me fazendo sucumbir aos seus propósitos:

- Tá legal. Me espera! – grito, avançando e alcançando seus passos:

- Espiar a sala do diretor! – comento. – Essa é sem dúvida a coisa mais louca que farei até me formar.

Ele ri.

- Sabe, as vezes eu até entendo o Tómas em não te querer junto a mim...

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