[01] prologue

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J u n g k o o k

Numa enorme escala do que podemos chamar de vida, na sua, eu provavelmente serei a pessoa mais não notável que você irá conhecer.

Sério, sem melodrama, posso jurar que estou falando disso sem nenhum tipo de sentimento negativo em questão.

Eu sou apenas imperceptível em qualquer lugar que eu esteja. No ônibus que você pega, eu sou a pessoa sentada no meio, com uma expressão comum, uma mochila comum e uma aparência comum. Eu não estou de mau humor, não pareço doente ou suspeito a ser alguém ruim.

Então, você não me vê, mas eu estou ali. Como estou em todos os lugares normais que alguém poderia ir.

Talvez eu devesse dar os créditos disso à minha aparência. Cabelos escuros e lisos, olhos escuros como a maioria das pessoas desse país, dentes enormes e sobre o meu nariz, prefiro não comentar. Minha pele é pálida, mas não é o tipo de pálido chamativo, macio e bonito, é apenas.... Pálida.

A invisibilidade tem sua beleza, levando em conta que assim existem centenas de pessoas como eu espalhadas pelo mundo. E se eu sou imperceptível em todos os lugares, na faculdade não é diferente. Mas espere, não pense que sou uma pessoa depressiva, sozinha e isolada. Tudo bem, talvez eu seja um pouco mais solitário do que os outros, mas eu tenho amigos.

Dois, para ser mais específico. Mas eu não me lembro de precisar de mais alguém, estou bem convivendo com eles. Eles obviamente não são invisíveis como eu, são pessoas normais.

Dentro daquele enorme prédio, eu sou só mais um frequentador de aulas que pode contar a quantidade de palavras que fala em um dia, que entra e sai da mesma maneira, em silêncio e com os olhos nos meus all stars amarelos desbotados que nunca mais encontrei outros para comprar.

Eu não sou alguém infeliz, mas também não transbordo felicidade. Eu sou só alguém que está vivo e... Bem.

A questão de toda minha invisibilidade talvez seja porque eu não sou bom em nada, não nasci com nenhum dom e minhas notas são medianas. Eu não tenho nenhum talento, mesmo que já tenha treinado todos os que eu achei que poderiam ser possíveis.

E no meio de toda a monotonia da minha vida existe um feixe de luz forte e dual, que consegue fazer com que eu sinta que estou aqui por algum motivo, é quem me faz tirar os olhos da bandeja de café da manhã para vê-lo entrar no refeitório.

Park Jimin.

Bonito nome, não é mesmo? Combina com o dono dele, acredite em mim.

Eu não sou um apaixonado idiota que escreve cartas e coloca nossos nomes em corações numa folha rasgada, se é isso que você está se perguntando, eu sou só alguém que no meio daquela multidão que ele não vê, gosta dele. E acredite, eu lido bem com isso.

Estou no segundo ano de arquitetura, então eu o vejo sendo ele mesmo todas as semanas. Jimin não é o capitão do time de futebol, ele não é o cara rico e mandão da faculdade, ele é apenas querido por todos eles.

Assim como eu, está no segundo ano do curso, mas de dança. Com o tempo, suas características dóceis e sorriso fácil foram conquistando pessoas ao redor, e hoje, ele é... Jimin. Todos sabem quem ele é, com suas roupas claras e cabelos loiros sempre recém tingidos, todos gostam dele.

E é por isso que eu lido bem com o que sinto por ele, porque é fácil se apaixonar por babacas egocêntricos. Mas se apaixonar por alguém educado que parece um anjo que desceu na terra enquanto anda pelos corredores da universidade é mais fácil ainda.

Então, como eu, devem existir muitas pessoas interessadas nele. Não vale a pena se entristecer ou se autodepreciar por conta disso, ele só está sendo perfeito e eu invisível em polos diferentes.

Eu falei com ele apenas uma vez em dois anos, e foi porque infelizmente, quase causei um acidente.

Estávamos descendo um lance de escadas, e eu não notei que ele estava logo à frente, não sei como consegui esbarrar em seu corpo magro, quase derrubando o globo de neve que ele carregava com muito cuidado. E antes que ele pudesse se virar e me flagrar da forma mais tosca do planeta pelo medo de quase ter quebrado seu objeto, eu apenas murmurei um "me desculpe."  E subi as escadas de volta, fugindo dele.

Tenho absoluta certeza de que ele não sabe quem eu sou, porque é impossível um ser humano conhecer todas as pessoas a sua volta numa faculdade, e se ela é imperceptível como eu, jamais aconteceria. E tudo bem por mim, eu não me incomodo com isso á muito tempo.

Porque, eu o assisto ser cada vez mais querido e perfeito em seu polo e eu cada vez mais invisível e inapto a tudo que tente fazer no meu, tornando a distância que temos um do outro, que já é naturalmente enorme, cada vez maior.

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