Capítulo Treze: Pirulito de Cereja

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gente

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ente

QUE QUE FOI AQUELE HOT CHONI MEU DEUS DO CÉU EU ME ENCONTRO OFICIALMENTE ASSASSINADA POR AQUELAS DUAS MALDITAS PUTA VIDAALSKJDASLMDALKS

E aliás, eu juro pra vcs que não vi aquele desentendimento no final do episódio como um término. Não me pareceu um término. Tão só dando um tempo, aparentemente - e se tudo der certo serão coroadas rainhas do baile ainda no final da temporada c: plus, vai ter um dueto no episódio musical onde acho que elas vão se reentender (espero que seja Seventeen, ADORO HEATHERS)



 Cheryl arquejou, encoberta de sol, inclinando levemente a ponta do curioso nariz gelado para se encaixar por entre o feixe de cálidos cabelos rosados na cabeça de Toni, que, diferindo-se dela própria, não vestia nenhum capacete de proteção, ensejando assim que suas desregradas madeixas farfalhassem conforme coadunava o vento fresco da manhã, raias cor-de-chiclete brincando por entre as centelhas do sol que só faziam crescer logo acima de suas cabeças, escorregando através das copas dos pinheiros agitados, a cor caramelizada como se fosse o doce xarope que escorria das gotejantes árvores de bordo da família Blossom. Algo adocicado e ardido veio parar na sua língua. Ela encontrou o lapidado rosto de Toni no reflexo do retrovisor, tão sisuda, compenetrada na estrada que fluía por baixo de seus pneus como um rio negro que se estendia até aonde a vista alcançava.

Irradiou-se até seus puídos pulmões a doçura do tão afrodisíaco shampoo de flores do campo que Topaz usualmente aplicava em suas mexas coloridas desde que haviam se conhecido no ano passado, e que tanto lhe agradava o exigente olfato pomposo, mimado como um pirralho birrento, habituado com produtos de higiene dispendiosos e perfumes franceses de marca. Ela soltou um encalistrado sorriso pequeno, genuíno, escondido pelo ombro esquerdo de sua querida Topaz, o batom recém-aplicado nos lábios grossos, aconchegando o contorno dos braços esguios ao redor do tronco forte de sua amada, encoberto pela velha regata cinzenta e o couro maltrapilho da jaqueta. No retrovisor, preenchida pela paisagem, Toni também sorriu pequeno.

A garota Blossom se encontrava confortavelmente empoleirada na garupa da intrépida motocicleta de Toni, conforme o arrebol da manhã se fazia notório no álgido céu rutilante, riscado de laranja. Foliava no ar maçante o aroma abarrotado de grama com um quê de asfalto umedecido, fruto do salseiro que havia irrigado a fronteira enflorestada entre as urbes de Riverdale e Greendale poucas horas antes de deixarem o maravilhoso quarto de hotel, onde haviam, naufragadas numa ilha de sentimento por muito mais tempo do que tinham conhecimento ou noção, consumido o insolente ato sadio do prazer sexual, pelo qual tanto ansiavam, como se fosse o tão aguardado clímax de um bom livro.

Cheryl, apesar de não tomar as rédeas da própria vida, caótica como um vagão desgovernado, era uma figura de tipo lupina, dominante em vários aspectos; governava Riverdale High com punhos de ferro, imperava o batom vermelho que traçava o contorno de seus lábios, havia tiranizado seu caminho até o topo das River Vixens. Mas naquele momento, o pequeno lapso de fragilidade que arrebatou ao ser redor como um perfume de aroma de apreciação, não havia sido nenhuma soberana despótica – naquele quarto de hotel, fechada por entre quatro paredes heterogêneas, havia dado à Toni sua carne e sua alma, revelando, aos olhos de Topaz, o seu verdadeiro eu, sem mentiras e nem imagens, seu cristal de sentimentos.

Ainda eletrizava o sistema nervoso de Cheryl a memória vívida do corpo de cor de bronze quente de Toni sobre o seu, com arranhões finos nas costas e nos ombros que remetiam à trilhas pontilhadas de rubis coagulados, conquistando seu interior pouco a pouco, comendo-a com regalo. Ela deitou pobremente a cabeça no ombro de Topaz, aspirando do couro o aroma de canela com cigarros, lembrando um pouco chocolate no fogo.

marlboro. |choni - intersexual|Onde histórias criam vida. Descubra agora