|Onde é que estás?|

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Odiava sentir-me incapaz de controlá-lo, mas ao mesmo tempo era confortável saber que não o conseguia, que era uma alma livre e selvagem e que a palavra chave nesta história é paciência e apoio.

Só precisava de me acalmar e voltar para a tenda para dormir descansada e ter coragem para amanhã. 

-Obrigada Tevin e desculpa a cena que o Brandon fez, estava tão bêbedo... - abanei a cabeça desapontada. 

-Não tens que pedir desculpa Alice e lembra-te do que te disse, as pessoas não mudam completamente de um dia para o outro, mas contigo ao lado dele tenho a certeza que vai correr tudo bem e vão conseguir ultrapassar o que quer que seja. 

-O teu olho está negro. - suspirei com força. 

-Vamos ser sinceros isto iria acontecer mais cedo ou mais tarde. - sorriu ligeiramente.

-Mesmo assim... - comecei a falar, mas ele parou-me. 

-Está tudo bem Alice, tudo bem mesmo. O meu tio não vai gostar de saber, mas todos conhecemos o Brandon. 

Despedimos-nos um do outro com um abraço rápido (talvez medo de ele voltar a aparecer?) e vi o Tevin a afastar-se em direcção à tenda, a estas horas já deviam estar todos deitados e espero que ele também. 

Precisava de confirmar, por mais que ouvisse uma voz na minha cabeça a gritar para não o fazer o meu coração ganhava sempre a batalha, precisava de vê-lo e ter a certeza que estava bem. 

                                                                                         *

Estava à porta da tenda dele à mais de vinte minutos, pelos ténis do lado de fora sabia que estava lá dentro, mas e se já estivesse a dormir?

Afinal era o mais certo, não o queria acordar e irritá-lo. 

Sou péssima a seguir planos e, no entanto, passo a vida a fazê-los.

Cheguei mesmo a abrir o fecho, mas quando senti o cheiro a álcool voltei atrás com a minha decisão e frustrada comecei a andar de um lado para o outro. 

Ainda pensei em voltar a chamar o Tevin, a Jane ou o Jack mas não queria acordar nem chatear ninguém com os meus problemas, ainda por cima quando não podiam fazer nada por mim. 

Passado algum tempo sem saber o que fazer, acabei por preferir apanhar ar fresco e andar um pouco, não valia a pena tentar dormir com tanta coisa na cabeça, com tanta vontade de voltar para os braços do Brandon e beijá-lo e provar-lhe que o amo. 

Mas a culpa não foi minha, não sou eu que tenho que provar nada nem pedir desculpa. 

Quando dei por mim já estava perto de um pequeno rio com a água bem clara e reparei num carro estacionado do outro lado da margem, estranhei um pouco porque quase que garanto que não estava lá umas horas antes, provavelmente eram mais campistas. 

-Podia dar um mergulho. - disse alto para mim própria. 

Apesar de estarmos em pleno Dezembro e o frio andar a rondar, ali o tempo estava muito melhor e a água não era muito fria e mesmo que fosse neste momento estou mesmo a precisar. 

Despi a camisola e as calças de pijama, ficando apenas com a roupa interior e aos poucos entrei na água limpa sorrindo com a situação e acalmando-me logo a seguir. 

Até que as luzes do carro se ligaram e uma figura alta saiu de dentro ficando por momentos apenas a olhar para onde estava. 

                                                                                             *

Choque frontalWhere stories live. Discover now