Maria

Capítulo 13

Depois de me esconder o resto do dia dentro do quarto tive que sair pois meu estômago estava roncando uma vez que não almocei e nem fui jantar pois não queria ter que encarar o Christofer mas como já é quase meia noite e tudo está bastante silencioso vou na ponta dos pés assaltar a geladeira desço as escadas com o mínimo de barulho possível e vou em direção a cozinha e para o meu alívio está escura como o resto da casa abro a geladeira e pego um generoso pedaço de lasanha coloco no microondas e  depois de aquecido como quase que desesperadamente e sorrio com isso pego mais um pedaço pois estou realmente faminta e começo a devorar novamente depois lavo o prato e estou prestes a subir quando bato de frente com uma parede ou sei lá o que pois depois minha bunda apenas sente o chão duro.

— Aí! droga! Xingo baixinho.

— Isso que dá assaltar a geladeira a essa hora!

Fico paralisada ao reconhecer aquela voz evito seu olhar e me levanto desviando rapidamente do seu caminho, mas sabendo o chato que ele é com certeza não vou me livrar tão fácil.

— O que foi Maria o gato comeu sua língua diz sorrindo.

Reviro os olhos  e começo a subir o mais rápido que posso mas uma parede quente e cheia de músculos bloqueia meu caminho.

— Ah! Qual é Maria vai me evitar só por que te dei um beijinho diz segurando o riso

— Ah cala essa boca seu idiota! acha que estou ao seus pés só por que fica me irritando sempre que pode?

— Você é mesmo muito metido, faça me o favor  digo e subo, o ignorando totalmente.

Mas assim que chego a porta do meu quarto ele me alcança e me empurra fechando a porta atrás de sí e confesso que fiquei meio apavorada.

— Sabe Maria você tem toda razão sou mesmo muito metido, aquilo nem pode ser chamado de beijo ele diz com um sorriso travesso.

— Mas... posso mudar isso agora mesmo!

—Espera, o quê? digo sem entender

Tento da um passo para trás mas é tarde demais a última coisa que sinto antes de fechar os olhos, são os lábios
De Christofer que se unem aos meus em um beijo intenso e surpreendentemente bom, devo dizer que senti como se meu mundo parasse naquele instante pois nunca senti algo assim antes, seu braço segurava de modo gentil envolta da minha cintura mas com uma certa autoridade, devo dizer que é bom mas também assustador, pois mesmo sabendo que ele não estava me forçando e que provavelmente não me machucaria, vários flash back horríveis passaram pela minha cabeça, me afasto dele bruscamente, totalmente confusa e envergonhada pois nenhum homem jamais me tocou depois do que aconteceu em minha adolescência viro me ficando de costas para ele e me sinto mal por não ter lutado para evitar esse beijo só percebo que estou chorando pois o próprio Christofer me abraça em uma tentativa falha de me acalmar, mas choro envergonhada pela covarde que sou, sei que nesse momento ele deve pensar que estou louca ou algo assim, mas não posso controlar isso, aquele homem me danificou e destruiu tudo em mim talvez eu nunca consiga me relacionar com ninguém.

— Maria! olha pra mim? fala comigo por favor!

— Eu a machuquei? por que você está chorando o que eu fiz?

Posso ver claramente o desespero em seus lindos olhos mas não quero falar disso , não quero que ele sinta pena ou nojo de mim.
Saio delicadamente do seu abraço e sigo para o banheiro mas posso sentir seus olhos em mim fixamente.
Entro no banheiro fechando a porta e lavo meu rosto depois seco com a toalha e respiro fundo pois não queria ter que contar nada ao Christofer mas sei que lhe devo ao menos uma satisfação.
Saio do banheiro e ele está sentado em minha cama encarando o chão de forma pensativa.

— Maria eu só queria te pedir desculpas por ter agido como um idiota, eu... Olha realmente sinto muito. Ele diz olhando nos meus olhos e vejo culpa e vergonha.

Eu ia dizer que tudo bem mas ele apenas se levantou e foi embora, e eu fiquei aqui me sentindo péssima por ele achar que me fez mal quando na verdade ele não fez nada.
Mas o fato é que definitivamente tenho que manter distância dele e de qualquer outro homem pois talvez nunca serei capaz de aceitar que alguém me toque sem lembrar daquele maldito dia.