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Escutei de fundo, um carro na estrada, então eu imaginei que pudesse ser meus pais, corri até a porta da varanda, e vi meus pais chegando, meu pai parou o carro em frente a casa do meu bisavô, corri e fui abraçar eles, e minha mãe me disse para chamar Larissa e Carlos, que nós três precisávamos conversar, no caminho indo chamar Larissa, fui imaginando a pior das hipóteses, chamei ela e juntas fomos atrás de Carlos que já estava no meio do mato brincando com João. Minha mãe queria nos dizer que houve um imprevisto na onde nós moramos, e disse que nós todos íamos embora amanhã mesmo. O imprevisto foi no trabalho deles. Entramos em casa e eu fui diretamente falar com Guilherme, que estava no quarto encolhido na cama. Achei estranho ele estar daquele jeito, coloquei a mão em seu braço e o chamei baixinho.

E. Eu tenho que te contar uma coisa. Você está bem?
G. Olha, eu não tô muito bem não... - logo o que eu iria dizer foi esquecido pois naquele momento eu comecei a ficar preocupada.
E. O que houve ?
G. Eu tive um ataque respiratório, e eu não trouxe meus remédios, tô achando que eu vou ter que ir embora mais cedo... Mas.. o que você tinha pra me contar ?
E. Eu vou embora amanhã.
G. Por que ? - diz ele espantado.
E. Houve um imprevisto no trabalho dos meus pais ...
G. Então a gente se vê em São Paulo, né ? - ele segurou minha mão, e olhou no fundo dos meus olhos, e eu, pousei por uns segundo vendo aquele olhar, eu consegui ver uma galáxia inteira naqueles lindos olhos castanhos.
E. Sim... - falei na incerteza.
G. Que bom - fechei os olhos, e ele me deu um selinho.

Levantei da cama, e antes de sair, dei um selinho no Guilherme. Sobre a nossa "relação" continuar em São Paulo, eu falei na incerteza, porque lá... As coisas são diferentes, lá seriam mais pessoas envolvidas, e tem a questão familiar também, de um lado da família é suave e o outro é meio século passado, se eu e ele continuar se vendo e for sério, eu e ele precisaríamos ter uma conversa séria sobre isso tudo que está acontecendo, eu não queria admitir isso, mas eu acho que eu estou realmente apaixonada pelo Guilherme o que é terrível, porque eu tenho dúvidas sobre ele, eu ainda acho que essa Juliana está na história. Eu vou falar sobre isso com ele, mas acho que agora ele não está muito bem. Vou até a cozinha e escuto minha tia falando com minha mãe sobre mim e o Guilherme.

M. Eles são jovens
T. Seu marido sabe ?
M. Ele não pode nem sonhar com isso, eu meio que não ligo sabe? Sei que ela está sendo feliz aqui com ele, eu sei que não é certo, primo com primo...
T. Não é certo, mas parece que eles se gostam bastante. Quando ela vem aqui, ele troca de roupa passa perfume, antes de ir ver ela ele se arruma todo, mas quando é para alguém que não é ela, ele nem liga, fica do jeito que tá mesmo.
M. Enfim, eles tem que aproveitar agora né, que tudo está mudando.

Voltei a pensar sobre o assunto do Guilherme, e resolvi ir lá naquele momento falar com ele, mas parece que ele meio que pensou em ir falar comigo também, quando eu cheguei no quarto, Aryel estava lá, e disse que ele saiu para me procurar, fui até meu avô, que disse que ele havia passado a menos de um minuto perguntando por mim, e assim virou um ciclo passando de pessoa em pessoa, ele passava me procurando e depois eu passava procurando ele, ficou meio desesperador porque a gente nunca se encontrava, então meus pais resolveram ir embora para almoçar, entrei no carro e fui junto com eles. Pedi bença a minha avó, e fui comer, escovei meus dentes, arrumei o cabelo e fui até o quarto para trocar de roupa, e por uma outra roupa já que a que eu havia levado para dormir no meu bisavô estava meio encardida. Deitei no sofá e fiquei olhando para o teto, e pensando no Guilherme, de fundo, escutei barulho de motos, e em seguida, cachorros latindo, isso só poderia significar que era alguém se aproximando, e então, eu escuto uma voz dizendo "Sophia está aí?". Assim que eu identifico a voz, levanto correndo, arrumo o cabelo e vou ao encontro da pessoa desesperada como se fosse o nosso último encontro. Guilherme correu e me abraçou... Dois corações apertados, desesperados, acelerados e desavisados.

Quem não quiser, pois tampe o nariz, o amor está no ar pessoal.

Amor proibidoWhere stories live. Discover now