Capítulo 2

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Cheryl P.o.v

Vi a garota de cabelos rosas se afastar e me virei para Jason que enchia o carrinho com besteiras, puxei o mesmo pela touca de seu moletom do Deadoool o repreendendo com o olhar enquanto o mesmo sorria amarelo. Que garoto mais cínico.

- Coloca isso de volta, se chegarmos em casa com tudo isso o papai vai nos matar e a mamãe vai nos enterrar enquanto Verônica faz nossa lápide e discurso fúnebre - Falei séria enquanto ele organizava de volta nas prateleiras o que havia colocado no carrinho e ele gemeu frustrado.

Jason era uma criança no corpo de um adolescente mimado.

- Posso levar pelo menos um? - Pediu esperançoso olhando pra mim com seus olhos castanhos brilhantes e neguei com a cabeça.

- Não - Falei secamente cruzando meus braços e logo me arrependi ao ver uma feição triste em seu rosto, as vezes eu era durona mas meu coração era derretido como uma manteiga, principalmente quando se tratava de meus irmãos.

- Mas podemos passar no McDonald's antes de ir pra casa, mas a mamãe e o papai não precisam saber disso - Pisquei cúmplice com um dos olhos e um sorriso gigante cresceu nos lábios do meu irmão que assentiu freneticamente com a cabeça e eu sorri também.

Eu e Jason estávamos no mercado, inventamos de última hora que faríamos uma lasanha para o jantar e nossa mãe nos expulsou de casa para comprarmos os ingredientes necessários, literalmente, ela desligou o wi-fi e falou que só devolveria o aparelho a tomada quando voltássemos do estabelecimento. Andamos em direção ao caixa após o pequeno encontro com Toni, será que posso chamá-la assim? Bom, não sei mas vou chamar.

Olhei para o chão e vi algo brilhoso reluzindo na luz branca, peguei em minhas mãos, era um lindo colar com uma pequena lua prateada. Aquele pingente me era familiar. Puxei no fundo da minha mente. Cacete! Minha memória é uma merda! Desisto de tentar lembrar onde vi isso, guardo o colar em meu bolso e me dirijo ao caixa com Jason para pagar nossas compras.

Quando chegamos em casa após passar no McDonald's onde comemos até não conseguirmos mais respirar guardamos as compras na dispensa e Jason foi para seu quarto fazer um trabalho da escola me deixando sozinha na sala olhando para o nada já que não tinha ninguém no primeiro andar do apartamento, nunca gostei de ficar entediada. Ouço um barulho vindo da cozinha e me dirijo até a mesma tomando cuidado para não escorregar em minhas gigantes meias de lã e ao chegar lá encontrei uma Verônica frustrada sentada no chão e encostada no armário da cozinha comendo um sorvete de chocolate, o que era estranho já que ela odiava ficar sozinha e nunca ficava quieta.

- Vee, o que aconteceu? - Perguntei me sentando ao lado dela, seu olhar se desviou para mim e pude ver que ela estava parcialmente chateada, puxei a mesma para deitar sua cabeça em meu colo e comecei a fazer um carinho em seus cabelos negros e macios. Ela suspirou profundamente antes de começar a me explicar o ocorrido com um brilho triste nos olhos.

- Eu e Shawn terminamos, pelo jeito ele está gostando de uma tal de Ariana e não teve coragem nem de vir falar em minha cara, mandou simplesmente algumas mensagens idiotas como se três anos de namoro não significassem nada, ele nos jogou no lixo sem ao menos se importar com meus sentimentos, ele me trocou - Ela falou e eu pude ver pequenas lágrimas se formarem em seus olhos e eu travei minha mandíbula. Com toda certeza eu iria matar Shawn Mendes, o fato dele estar fazendo minha irmã chorar não vai passar batido, afinal a única coisa que vai ficar batida será minha mão na cara dele quando eu o vir da próxima vez. Qual cara termina por mensagem e além de tudo ainda diz que gosta de outra na cara dura?!

Shawn e Vee começaram a namorar há três anos atrás, ele é um dos melhores amigos de Noah, sinceramente ele sempre foi um babaca, não sei como Verônica o aguentou por tanto tempo, mas como dizem por aí, o amor nos cega. Apertei minha irmã em um abraço que logo foi retribuído, eu não sou boa em consolar pessoas, como eu já disse antes nesses momentos só saem baboseiras da minha boca mas eu sabia consola-las com abraços e era minha forma de demonstrar que eu estava ali e não deixaria a pessoa sozinha por motivo algum.

Sweet Tears - ChoniWhere stories live. Discover now