Capítulo 7

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Cheguei meus xeiros, nem demorei :)

A música do capítulo de hoje é :

Fix you - Coldplay

...

Toni Topaz P.o.v

Esperei até que o carro dos pais de Cheryl virassem no fim da rua para que só então eu me virasse em direção a minha casa e entrasse na mesma ainda com um sorriso no rosto, minhas bochechas já estavam até doloridas.

Essas haviam sido a minha melhor noite desde os últimos três meses, Cheryl era uma ótima companhia, compreensiva e extremamente fofa e por incrível que pareça eu me senti muito melhor após conversar com ela e até mesmo um tanto aliviada. Eu nunca havia falado com ninguém sobre nada que me envolvesse por muito tempo ou algo que sentia, exceto a minha psicóloga. Ao contrário do que pensei a ruiva não fugiu e muito menos me achou dramática ou "fresca" como muitos - sim, muitos já falaram que o que eu sinto é frescura.

Quando você chora todos irão lhe perguntar o motivo por pura curiosidade e depois seguirão em frente, mas ela mostrou estar do meu lado, ela mostrou se importar comigo e me abraçou sem que eu ao menos pedisse, com certeza um dos melhores abraços da minha vida.

Assim que coloquei o primeiro pé dentro de casa vi que meu pai estava sentado no sofá com braços cruzados e uma cara nada boa no rosto enquanto me encarava. Ah pronto, fudeu.

- O que foi aquilo Antoinette? - Perguntou sério e eu abri e fechei a boca algumas vezes antes de responder. Pra falar a verdade nem tinha o que responder, eu apenas não queria ficar naquela mesa ouvindo pessoas falando da minha mãe então me levantei sem ao menos pensar, foi algo extremamente automático.

- Desculpa pai, eu apenas... - Suspirei entrelaçando meus próprios dedos - Não queria falar sobre o assunto ou ouvir sobre, ainda é difícil pra mim - Gesticulei com as mãos puxando ar para meus pulmões profundamente enquanto me escorava no corrimão da enorme escada e o mesmo me encarou com um olhar reprovador.

- Você precisa superar isso! - Falou ríspido mexendo em seu cabelo, o conhecia o suficiente para saber que ele estava nervoso e incomodado com algo - Não pode agir como uma adolescente mimada sempre que alguém colocar sua a Alexa no meio de uma conversa. Você já tem dezenove anos Antoinette, aja como uma mulher - Falou de maneira exigente e eu levantei o rosto apenas para ver seu dedo apontado para meu rosto.

- E você acha que eu não quero superar? - Perguntei incrédula abraçando meu próprio corpo - Acha que eu não quero poder enfiar isso na minha cabeça e poder agir como uma pessoa normal vinte quatro horas por dia sem me sentir mal? - Cravei minhas unhas nas palmas de minhas mãos fortemente, não me importava com a dor, não agora - É o que eu mais desejo no momento - Minha voz saiu como um sussurro.

- Não é o que parece - Afirmou aumentando o tom de voz.

Não, ele não falou isso, não pode ser.

- Não é o que parece? - Perguntei retoricamente também aumentando o meu tom de voz até que estivesse igualada a dele - Fala isso porque não foi você que viu sua própria mãe morrendo na cama de um hospital nos últimos meses e precisou fingir que estava tudo bem pra que ela e nem você tivessem mais uma coisa pra se preocupar - Cuspi as palavras sem ao menos pensar e arregalei os olhos em seguida, eu não deveria ter dito aquilo. Sei o peso que palavras carregam.

- Eu era casado com ela e eu sei muito bem como é essa dor, mas precisamos seguir em frente, você vive triste pelos cantos da casa, quase não saí, não namora mais e quase não sorri...- Falou baixo e eu ri sarcasticamente.

Sweet Tears - ChoniWhere stories live. Discover now