Acordo e vou para o posto. Ser frentista não é o sonho de ninguém, mas pelo menos estou ganhando dinheiro.
Limpo o banheiro e ajudo as pessoas a colocar gasolina.
Pelo menos aqui o dinheiro vem na hora, não tenho que esperar o fim do mês.
Paro pra almoçar e vou para o abrigo.
Eu não gostava de vir aqui no começo, mas agora já virou uma fuga.
- Olá TaeHyung - Dong-Yul diz.
- Oi - falo indo para a cozinha.
Eu não tenho tanto contato com os idosos quanto outras pessoas, mas pelo menos aqui as pessoas me tratam bem.
- Boa tarde, filho - a Sra. Bom diz.
- Boa tarde - digo. - Como vai a senhora?
- Eu vou bem, e o senhor?
- Também - falo rindo.
- Que bom - ela diz.
Começo a limpar a cozinha e ela fala:
- Você está mais magro.
- Eu estou andando de bicicleta agora - digo.
- E a escola? - ela pergunta.
- Vai bem - minto.
- Que bom - ela diz.
...
Termino de arrumar a cozinha.
- Eu estou indo, senhora Bom.
- Tudo bem, meu filho - ela acena e faço de volta.
Vou para para a pizzaria.
As entregas são poucas e não demora muito para terminar.
Me jogo no sofá encarando o teto.
Escola...
Devia estar lá, não é? Na faculdade para ser mais exato.
Mas não adianta me lamentar agora, fiz merda porque quis e vou ter que arcar com as consequências.
Encaro na bancada uma foto minha e do NamJoon no posto, quando ele ainda trabalhava lá.
Suspiro pensando no que os garotos estão fazendo agora. Com certeza estão melhores do que eu...
Já pensei em pedir a ajuda deles outras vezes, mas já desisti dessa ideia, eles não precisam de um encosto nem nada do tipo.
Crio coragem para levantar e preparo meu jantar. Lamen.
Volto a encarar o porta retrato e isso me incomoda por algum motivo, não devia estar olhando para ele. Pego o objeto pronto para jogá-lo no lixo mas não consigo.
Então simplesmente o coloco deitado numa prateleira alta de modo que não consigo ver a foto.
Deito no sofá, novamente, mas minhas costas doem. Então desisto do sofá e deito no chão, não demoro muito para pegar no sono graças ao cansaço.
...
Toco a campainha e espero por cinco minutos. Faço novamente e o tempo passa.
Me viro para ir embora quando ouço um barulho alto lá dentro.
Giro a maçaneta e a porta está aberta, entro.
- Garota, você está bem? - pergunto.
Tem vários livros caídos, duas estantes quebradas e a garota está no chão.
Coloco a pizza em cima da mesa e vou até ela.
- Ei - bato de leve no rosto dela. - Garota.
Ela abre os olhos devagar.
- Por que você está aqui? - ela pergunta confusa.
- Você pediu pizza.
- Eu sei que pedi pizza - ela diz irritada e me empurra. - Mas não esperava que você fosse voltar.
Ajudo ela a se levantar.
- Sabe, eu estava sentindo que você ia quebrar isso mais cedo ou mais tarde.
- Por que você voltou? - ela pergunta ainda irritada. - Acabaram os integradores e tiveram que repetir?
- O quê? - pergunto.
- O garoto de ontem de manhã disse que ninguém gosta de vir aqui. Era para ter pedido de outro lugar, mas quando vi já tinha feito.
- Ah - falo. - Eu não trabalho na pizzaria de manhã.
- Mas eu sei que você acha que eu sou louca.
- Te acho estranha, mas isso não é da minha conta, eu sou só o entregador.
- Certo - ela diz e some pela porta.
Um tempo depois ela volta com o dinheiro.
- Conhece a saída - ela fala.
Saio e bato a porta.
Calma, ela disse de manhã?
Mas dois dias atrás ela disse que só come pizza à noite.
Penso em voltar, mas iria contra o que disse sobre não ser da minha conta. Então pego a bicicleta, deixo o dinheiro na pizzaria e volto para casa, mas tem uma pessoa na porta.
- E quem é você? - pergunto.
- Kum manda lembranças - ele diz com um sorriso cínico.
Mas que merda.
Respiro fundo.
- Ele sabe que eu não tenho o dinheiro - digo o mais calmo que consigo.
- Mas tem algum dinheiro - ele fala ainda sorrindo.
Respiro fundo novamente tentando me manter calmo.
- Sim, eu tenho dinheiro, para pagar o aluguel, a comida...
Me interrompo quando a porta de casa abre e outro cara sai de lá.
- A gente fez o favor de pegar pra você, assim você tem menos trabalho - ele diz me mostrando o dinheiro que ganhei esse mês na mão. - Você está precisando de uma fechadura nova.
Ele joga a maçaneta para mim. E o encaro besta.
Não consigo mais segurar a raiva e avanço no que estava do lado de fora.
- Vocês acham mesmo que...
- A gente não acha nada - ele diz me empurrando contra a parede. - Aproveite enquanto ele está te deixando pagar parcelado e sem juros.
Ele me empurra de novo e os dois saem.
- Droga - bato a porta com força.
Encaro o apartamento, o sofá fora do lugar, os armários abertos...
Me jogo no sofá e respiro fundo tentando não chorar.
Ótimo, agora só tenho os sete mil won que a garota deu de gorjeta.
Levanto e saio de casa.
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Forever - KTH
FanfictionTaeHyung realmente é um garoto bom. É verdade que as vezes ele perde a calma e que queria dar uma surra em várias pessoas e que já fez algumas besteiras. Mas isso não muda o fato dele ser uma boa pessoa. E ele não é realmente culpado por seu pavio c...