Capítulo V - O mundo de Caos

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Estação Ferroviária Fordham, South Bronx

Dia da Queda de Ícaro


Havia muitos cidadãos na estação Fordham naquele dia. Alguns deles se afastavam e mudavam de direção e outras esbarravam nele de propósito, como se ele não fosse nada.

— Saia da frente, menino! – Disse um velho rabugento.

O garoto, de cabeça baixa, usava um casaco escuro e seu rosto estava coberto pelo tecido. As luzes da estação piscaram por um segundo, um vento frio soprou no rosto das pessoas. O trem havia chegado. Alguns mal-educados entraram correndo na intenção de conseguir um lugar vazio para sentar. Ele foi um dos últimos a entrar. Ficou em pé no meio do transporte e tirou suas mãos de dentro dos bolsos.

O trem partiu apressado, correndo para todos chegarem em seus destinos dentro do tempo estimado. O garoto – que estava em pé – tirou seu capuz, deixando sua face sombria amostra e deu alguns passos pelo vagão que corria nos trilhos da cidade. Ele parecia estar hipnotizado e fazia movimentos circulares com suas mãos. Não demorou muito para que os passageiros o olhassem assustados ao ver um tipo de energia avermelhada surgindo de suas mãos.

Dario mudou sua expressão, agora ele demonstrava raiva, ódio. Seus olhos agora brilhavam de uma cor escarlate, dando sinais dos seus poderes ativos. Um segurança cautelosamente colocou as mãos sobre a arma em sua cintura e esperou por mais ações suspeitas do Maximoff.

— Vocês! Todos vocês! – Ele berrou. Todos tremeram com aquele ato. Uma garotinha se encolheu nos braços da sua mãe. – Vocês irão pagar muito caro por seus atos de ignorância e desprezo pela vida do próximo!

Então seus olhos mudaram do vermelho escarlate para o preto e ele empunhou suas mãos no piso do trem, fazendo uma corrente de magia correr por toda a extensão daquela máquina. Tudo parecia estar se partindo ao meio. O segurança puxou a arma e estava pronto para atirar em Dario, mas não houve mais tempo, ele travou olhou para cima e desapareceu. Todos tinham desaparecidos, inclusive Dario Maximoff.

O trem – agora sem maquinista – partia descontrolado pelas vias férreas. A falta de aviso ou alguma buzina, fez com que o transporte quase se chocasse com outra linha de trens. Mas este chegou em outra estação, como demandava o cronograma, com a diferença de que não havia mais nenhum ser vivo no interior dele.

As pessoas da outra estação ficaram curiosas e um pouco assustadas pelo estranho fato do trem estar vazio, logo naquele horário de pico. A polícia logo chegou para verificar a situação. Um tumultuado de gente rodeava a cena do trem fantasma. O que ninguém percebeu foi uma estranha fumaça escura esvaindo da estação.

...


Orfanato Niño De La Carid

Após a Queda de Ícaro


Dario acordou de súbito, ele olhou para as paredes do cômodo onde acabara de acordar até se dar conta que estava em seu quarto. Ficou perguntando para si mesmo se aquilo havia sido apenas um sonho ou não. Ele levantou-se, se queixando em seguida após sentir uma dor em sua coluna, a cama do orfanato não era uma das melhores, mas era a única opção que ele possuía naquele atual estado da sua vida.

O garoto parou no meio do quarto, uma tontura e algumas lembranças do dia anterior invadiram a mente dele. Ele apenas sacudiu com a cabeça e seguiu para um banheiro sujo que dividia com outro órfão. Nunca foi um dos melhores, porém ele nunca cogitou reclamar daquilo – aliás, poderia ocorrer o caso de ser um único banheiro para todos os garotos do instituto.

A Queda de Ícaro [HIATOS]Where stories live. Discover now