Capítulo XIV - O ataque de Ares

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Itália, 2006

       O barco velho balançava entre as ondas que se formavam no pequeno porto de Otranto na Itália. Um homem queimava sua pele branca no sol, que o atingia enquanto ele reorganizava as redes de pesca.

— Ícaro! – ele chamou.

O garotinho que brincava com os peixes já pegos, teve sua atenção voltada para o homem. Ele ajeitou os cachos loiros que caiam em seu rosto e se levantou.

— Pare de brincar com os peixes e venha me ajudar.

Ele foi até seu pai e os dois se prepararam para jogar a rede de pesca, quando um portal se abriu no céu em cima deles. As ondas – antes pequenas e calmas – começaram a balançar o barco com mais força. Os dois olharam para cima, abismados com aquilo.

Algo se movia debaixo do barco. O pequeno Ícaro percebeu a coisa e tornou a observa-la.

— Papai! – o menino chamou. – Tem algo na água.

— Fique atrás de mim, meu filho.

Antes mesmo de Ícaro se esconder atrás dele, uma forte luz saiu do portal e atingiu o garoto. Roger gritou o seu nome e pôs a mão no rosto, protegendo os olhos da luminosidade.

No mesmo instante da colisão, um enorme peixe com dentes afiados saltou na direção deles. Mas foi surpreendido com uma rajada de energia, que o atingiu e o jogou de volta para o fundo do mar.

Quando a luz envolta de Ícaro foi se dissipando, o seu pai tirou a mão do rosto e olhou para ele. O homem ficou incrédulo ao ver uma aura de um jovem adulto no corpo do seu filho.

— Meu Deus! – expressou ele, indo socorrer o garoto que caiu desacordado quando toda a luz havia desaparecida.

...

País das Hespérides

       Após tanto relutar, Ícaro fora o primeiro a tomar uma iniciativa e tentou subir no dragão. Hermeto riu quando seu companheiro se incomodou com a subida do loiro e assim se remexeu, quase o derrubando.

— Se acalme, Draco. – e assim o dragão se acalmou, então Luna e Atlas subiram.

Por último, Nico subiu com seu irmão Luca e, com muito esforço, Tales conseguiu subir tendo Dario em seus braços.

— Onde nos seguramos? – perguntou Atlas.

Hermeto soltou uma risada abafada e lhe respondeu: — Onde conseguirem.

Rapidamente, todos se seguraram nos espinhos que faziam parte do corpo do dragão, quando o mesmo bateu as asas contra o chão e começou a andar, pegando impulso para voar.

Luna fechou os olhos e sorriu ao sentir o ar em seu rosto. Ela lembrou de quando estava no espaço, de quando podia estar de olho em toda a sua extensão – como Via Láctea.

O voo seguia tranquilo. Draco voava entre a névoa que se formava nas proximidades das montanhas da ilha. Suas longas asas batiam contra o ar quando uma lança atravessou o couro da asa esquerda, o fazendo rugir alto.

Hermeto segurou forte na espinhaça do dragão e o fez curvar para a esquerda, assim desviando de outra lança que passou por eles. Ícaro estreitou seu olhar, em busca de quem havia feito o ataque.

Em um instante a névoa se dissipou e de longe Ares sorria debochado tendo outra lança em mãos, pronto para arremessar contra eles novamente. Atrás do deus, seguidores fanáticos o ajudavam com arco e flechas.

A Queda de Ícaro [HIATOS]Where stories live. Discover now