Capítulo VI - A Ordem e o Caos

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Bronx, New York

Depósito abandonado


Era noite, Ícaro estava sentado de costas para uma coluna de concreto. Ele sofria com os pensamentos sobre os últimos acontecimentos. Estava enrolado em alguns papelões e usava as suas mãos superaquecidas.

Naquela noite, o clima no Bronx marcava aproximadamente 10°C, mas isso acabou não sendo um grande problema para o garoto – aliás, agora ele possuía aquelas habilidades místicas –. Estar nestas condições era um tanto quanto cômico para Ícaro Volare, uma pessoa que sonhava em ganhar o mundo, esbanjar riqueza e luxo. Ao fechar os olhos, ele esperava sonhar com aquela vida.

Em seu sonho Ícaro estava em uma sala, onde parecia ser um castelo. Ele viu três tronos, e sentados neles havia três homens. Uma luz forte o impedia de enxergar os seus rostos. Eles conversavam entre si algum assunto particular, o garoto não conseguia ouvir.

Ícaro virou assustado quando alguém tocou em seu ombro e lhe disse: — O que está fazendo perdido aqui, garoto? Seu pai nunca o alertou sobre andar sozinho? A figura parecia sorrir agora.

Sendo segurado pelo ombro, ele foi levado por um corredor a outra sala. Tudo se transformou em uma fumaça e então ele pôde ver um outro ambiente. Neste, uma grande sala se expandia por aquele castelo.

— Onde estou? - Ícaro perguntou, observando a imagem de pessoas se formando naquela sala.

— Você não vê, Ícaro? O homem fez um gesto com a mão e então Ícaro pôde ver o rosto daquelas pessoas. - Você está entre os magníficos deuses do Olimpo.

— Não brinca... – Ele olhou encantado para uma mulher com longos cabelos louros e de uma beleza divina. – Onde estamos indo? – Perguntou quando fora guiado pela sala até um Deus tão belo quanto a mulher loira.

Apolo reluzia o brilho do sol em seus cabelos, ele estava em um canto afastado dos outros, onde contava suas flechas. Os dois se aproximaram dele e com um pigarreio, o homem chamou a atenção do deus.

— Senhor, este é Ícaro, meu filho. – O menino o olhou sem acreditar em tais palavras. Como poderia aquele homem ser seu pai, e porque estava em contato com os deuses olimpo. – Foi este a quem lhe foi dado sua bênção.

— Aproxime-se, menino. Não seja receoso. – O deus o chamou, observando atentamente cada detalhe do garoto. – Seu pai, Dédalo, não mente. Eu lhe concedi minhas habilidades e minha força. Você é o nosso herói.

— Desculpe, eu não estou conseguindo acompanhar essa turnê. – Ícaro riu. – Esse homem, Dédalo, não é? – O homem confirmou. – Olha, não me leve a mal, mas meu pai trabalha em uma cafeteria no Bronx.

Neste momento, uma porta foi aberta, onde aqueles três homens adentraram o grande salão.

— Ícaro, você não tem muito tempo. O monstro das profundezas do Tártaro está acordando. Ele irá nos caçar, depois será você e os mortais.

— Deuses e deusas aqui presente! Tifão acordou. – Com as palavras de Zeus, toda a sala se encheu de murmúrios. – Ouçam-me. Juntos, já o derrotamos antes. Juntos, poderemos o matar de vez por todas.

Ícaro estava escondido por trás de Dédalo, ouvia tudo atentamente e sentia medo nas palavras do Deus do Olimpo.

— Como poderemos ir contra esta criatura?! – A deusa da sabedoria elevou sua voz. – Precisou dez anos para podermos, ao menos, o mandar para o Tártaro. Agora, você espera que possamos matá-lo?

A Queda de Ícaro [HIATOS]Where stories live. Discover now