Capítulo Onze

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Seu corpo, suas roupas. Totalmente mudadas, parecia outra pessoa. Nossos olhares se contrairam, como na primeira vez que nos vimos e logo deixamos de nos olhar.

--- Oh, como eu sou tonta. Me desculpa, estava muito distraída, não o vi aí. --- Dizia Larissa, com o jeito mais formal de ser.

--- Larissa? Você não nos reconhece? --- Kleber disse, pegando em seu ombro.

Eu não possuia palavras na minha boca para perceber o quão espantado, assustado, surpreso e feliz eu estava. Era uma mistura de emoções. Encontrar, o grande amor da sua vida após 3 anos, em que estava considerada "morta?" só conseguia apreciar, a mulher linda que ela havia se tornado.

--- Me desculpa, mas.. Eu não sei quem são vocês. Apenas me esbarrei por engano, me perdoem mais uma vez --- disse, nos olhando desconfiada.

Como ela não podia lembrar? Todas as cogitações já passadas pela minha cabeça haviam se confirmado. Ela havia perdido a memória com a força do impacto, que sofreu há mais de 3 anos atrás. Quando o Audrew ainda estava vivo.

--- Como não? Eu sou o seu irmão, olha o Lucas aqui. Abrace-o. É o seu namorado, só pode estar de brincadeira. Não é?

Eu estendi os meus longos braços, esperando que a mesma viesse em meu encontro. Sua reação nos surpreendeu.

--- Irmão?! Eu não possuo irmão, nem os conheço. E eu não namoro com ele, como poderia namorar alguém que nunca vi na vida? Eu namoro com o André.

Eu já estava completamente triste e as esperanças haviam sido tomadas novamente da minha vida. O pedido de tudo voltar ao normal, parecia agora, totalmente fora de controle.

Ela nos virou as costas, e foi em seu respectivo destino. Eu e Kleber nos olhamos, e só conseguimos pensar em uma única coisa. A seguimos, teríamos que ver aonde daria isto tudo.

"Eu te amo, Lucas. E ninguém nunca nos separará, você mudou a minha vida por completo."

Tais lembranças como essa me atormentavam enquanto a seguíamos, nos localizavámos em uma estreita e curta passagem, sem saída. Larissa havia sumido, nossos olhos deixaram de a captar. Como poderia sumir tão rápido, a ponto de não conseguirmos acompanha-lá?

Quando estávamos olhando para a parede, fomos surpresos com uma mão nos empurrando contra a parente.

--- Quem vocês acham que são, para me seguirem?

Larissa estava completamente diferente, sua força física havia sido aprimorada. Havia prendido nós dois, contra a parede de tijolos que uma situada casa havia.

--- Espero que tenham entendido o recado. A não ser, que queiram se envolver com a justiça... E comigo. --- disse ela, massageando os seus dedos indicadores.

O estilo, aparência, modo de agir de Larissa pareciam ter sido roubados por uma nova e mais agressiva Larissa.

O meu mundo caiu, não sabia mais o que fazer. Simplesmente, escorreguei-me dentre as paredes, e cai de bruços no sujo e áspero chão. Estava frio, como parecia estar o coração de Larissa. Me sentei, Kleber me observava e chorava. Pois a sua própria irmã, não lembrava de sua pessoa.

Sabemos que ela não possuía culpa, mas isso não deixava de nos magoar. Larissa não se lembrava da mãe, que está há mais de 3 anos em um coma hospitalar. O medo de que algo viesse a piorar nos assolava, não havia tido tempo o suficiente para ao menos ir vê-la, e dizer que tudo ficaria bem novamente.. Ou não.

Vidas Feridas (Repostando)Where stories live. Discover now