Capítulo Quartoze

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Franziu o cenho.

Passou a mão dentre os seus lábios secos e sujos.

- Como isso pôde acontecer?

Se fazia essa pergunta constantemente em sua mente. Se julgava por tal ação idiota, e naquele exato momento se perguntara em como passar a informação para André.

A verdade é que a chegada de um bebê agora acabaria com tudo, planos econômicos, uma catástrofe em forma de criança.

Sua vida a partir daí prometia mudar de um modo intenso. Diversas possibilidades de evitar a chegada daquela criança se passava em sua mente, juntamente com a ideia de que André a julgaria por deixar este problema acontecer.

Possuía apenas 20 anos, se considerava na flor da idade para dar a vida a outra pessoa. Olhou o seu corpo e viu que tudo agora seria arruinado.

Pegou o seu dispositivo comunicativo e disparou uma foto, seu semblante estava diferente. Agora se julgaria durante nove meses exatos.

Agachada no piso do seu banheiro, dentre o vaso sanitário e o carpete a garota não possuia forças para se manter novamente em pé. O enjôo e as tonturas tomavam conta de si. E novamente, disparou em grande quantidade resíduos descartáveis que iam em direção ao sanitário.

Estava se sentindo desprezível, a vontade de se livrar daquele inofensivo bebê a dominava.

Passou a mão dentre os seus cabelos e o seu rosto, ficou assim durante extensos e duradouros minutos até se sentir bem o suficiente para se manter de pé novamente.

Lucas estava em uma rua deserta, onde se encontrava sequestrado pelo seu ex melhor amigo tirava de seu cérebro totais idéias de onde se encontrara. Caminhava descalço sobre a avenida que queimava os seus pés com o calor que recebia proveniente do quente clima.

Estava perdido, não havia um pé sequer de pessoa naquela rua. Como poderia ser ajudado?

E o pior, estava sem o mínimo de forças para caminhar sozinho e sem um apoio sequer. Sua visão embaçada desprovia Lucas de total chance de embarcar o seu redor, tudo que lhe rodeava.

Delirava, pedia água e comida. Cambaleava sobre o meio fio da estrada, finalmente agora havia um sinal de vida. Carros passando ao seu redor, estendeu a sua mão em sinal de que precisaria de ajuda, desabou no chão.

O homem se retirara do carro e lhe pegou em seus braços, Lucas não fazia ideia do que estava acontecendo. Estava já desacordado, o homem se direcionou ao seu automóvel com Lucas em seus braços. O jovem homem de estatura baixa e músculos a flor da pele se deixou levar pela bondade, não se passou pela sua mente uma sequer ideia de que aquilo seria de total periculosidade.

Deu leve tapinhas no rosto de Lucas na esperança de que ele acordasse já em seu carro, pôde ver que aquilo não adiantaria e simplesmente ligou o motor e se dirigiu em direção ao hospital mais próximo. Não obtinha conhecimentos sobre tal situação, preferiu deixar a quem obtinha experiência, e fez a escolha certa.

Lucas fora de si no banco de trás, estava voltando ao normal. Já conseguia obter contato com o que o rodeiava e assustou-se. Para onde estava sendo levado? Tentou se mover fazendo com que não fosse percebido, missão sem sucesso.

- Como está, campeão?

A voz era familiar. Tentava se lembrar, mas a sua mente estava exausta demais para lembrar de tal coisa. Confiou em sua intuição, e simplesmente respondeu.

- Quem é você?

O homem que ia ao volante se virou para Lucas, que imediatamente ficou espantado ao reconhecer de quem se tratava o homem.

Vidas Feridas (Repostando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora