Capítulo 11

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Acordo bem cedo para fazer um café da manhã para os avós do Francisco, mas o cheiro me enjoa tanto que corro pro banheiro para vomitar, tenho odiado todo esse estresse, tem me feito tão mau.

Ao sair do banheiro dou de cara com dona Rose, que me olha com um sorriso meio sapeca.

- bom dia dona Rose

- bom dia minha filha

- fiz café da manhã a senhora gostaria de tomar um pouco?

- sim, mas apenas o café.

Nos instalamos no pequeno balcão da cozinha, ela ainda estava me olhando com uma cara curiosa, meio sapeca. Servi o cafe para nós duas.

- a senhora dormiu bem?

- dormi sim minha filha, sua cama é muito confortável

- fico feliz que tenha conseguido descansar da viagem.

Um certo silêncio se fez entre nós, ate que foi quebrado pela curiosidade da dona Rose.

- você esta gravida de quantas semanas?

Quase me engasguei com o café  quando ouvi a pergunta que dona Rose me fez,  por que ela acha que estou gravida? So por que passei mau?

- não estou grávida, tenho passado mau por conta do estresse

- estou perguntando por que na minha família as mulheres alem de dar a luz faziam partos, minha mãe foi a última parteira da nossa família, e foi com ela que aprendi a reconhecer uma gravida, e você me parece grávida minha filha.

Engoli seco, com tantas coisas acontecendo nem notei que minha menstruação estava atrasada, meus peitos andam intocaveis de tão doloridos, minhas mudanças de humor estavam horríveis, mas achei que fosse estresse, preciso fazer um teste para ter certeza.

O café entre eu e dona Rose proseguiu-se em silêncio, ela conseguiu me deixar pensativa.

Quando o senhor Nicolas apareceu para tomar café me retirei para arrumar meu bebê. Ele ainda dormia, parecia estar bem confortável em seu berço, chorei ao fazer as malas do meu filho e ver que ele não vai mais estar naquele berço, cheirei cada roupinha dele, não imaginei que doesse tanto deixa-lo partir.

Terminei de arrumar as bolsas dele e fiquei acariciando seu rostinho lindo, Francisco dormia tão bem que dava pra ouvir a sua respiração tranquila. Fiquei ali parada olhando para aquele pequeno pedacinho de gente que tanto amo.

Ele mudou a minha vida, percebo o quanto a vida nos ensina, ate em coisas que nem achamos que tem uma lição, a vida da um jeito de mostrar que tudo tem sim sua moral, e que nada acontece por acaso, são apenas os reflexos de nossas escolhas.

- não acorda ele Ailen, se ele acordar e ver você deixando ele ir, vai chorar e você não vai suportar.

A voz de Dulce ecoava pelo quarto, mesmo ela sussurrando, ela tinha razão de certa forma, mas eu queria tanto ver aqueles olhinhos cheios de inocência me olhando.

- você esta certa

- Álvaro chegou para leva-los ao aeroporto, você vai com ele Ailen?

- não Dulce, não conseguiria ver meu afilhado acordando em pleno aeroporto, me vendo e entrando em uma crise de choro, se ele acordar e não me ver pode ate ser que não chore, e se chorar vai passar logo pelo simples fato de não estar me vendo, é mais sensato ficar

- vou ficar aqui com você.

Fiquei mais alguns minutos olhando meu filho dormir, meu coração estava despedaçado.

De Comum Acordo (Completo)Where stories live. Discover now