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Acordei escutando uma gritaria lá em baixo e assim que eu pisei no chão, o barulho de tiro me fez gritar de susto.

Levantei de vez assustada e desci as escadas correndo, mas no final, acabei tropeçando, ao ver o corpo do Roberto no chão.

Jhon: Porra, Gabriella. Que susto caraí...- Reclamou, me segurando pra eu não cair.

Gabi: Por que você matou ele? - Sussurei, olhando pro corpo ali no chão.

Jhon: Porque eu não ia deixar ele te matar ou ia te deixar nas mãos no Th...- Falou pegando o raidinho da cintura.- Tu vai com o vapor pro chapadão e vai pegar tudo o que tu precisa, o necessário, entendeu?

Gabi: Não, pra quê?

Jhon: O cara que te comprou tá mandando ir atrás de tu, Roberto veio aqui pra tentar te levar. Tu precisa sumir do mapa, entendeu?

Gabi: Sozinha? - Murmurei e ele balançou a cabeça.

Jhon: Tu precisa ir agora, caralho. Se chega no ouvido do Th que o Roberto tá morto, se tu pisar no morro, tu num sai de lá viva.

Olhei pro corpo do chão e voltei correndo pras escadas. Só coloquei um short e escovei meus dentes rápido.

O vapor estava de moto e me levou pro Chapadão, agora eu sentia um clima estranho e uma sensação ruim se instalando no meu peito.

Entramos pela parte de trás do morro e até foi fácil, o que me preocupava.

Entrei em casa e realmente, só peguei tudo o que mais precisava, inclusive bastante dinheiro que o Roberto tinha guardado e eu procurei.

Assim que a gente saiu pro morro do Jhon, escutei o barulho de tiro e olhei pra trás, vendo o Th na barreira, me olhando com o fuzil nas mãos.

Ele sorriu debochado e o vapor acelerou mais, quando percebeu que eles iam soltar fogo.

Gabi: Pra onde eu vou? - Falei assim que entrei em casa, que o jhon tava com o raidinho nas mãos.

Jhon: Paraguai, parceira...- Falou me entregando uma bolsa.- tem tudo que tu precisa aí, me dá o celular e qualquer coisa que dê pra localizar.

Olhei pra bolsa e tinha uma caixa de celular e grana também, neguei com a cabeça, respirando fundo e entreguei a ele.

Jhon: Bora Samuca, faz o teu e leva ela...- Olhei pra trás, vendo ele com uma bolsa nas costas também.

Gabi: Como assim ele vai?

Jhon: Minha amiga, você quer ir sozinha sem conhecer nada nem ninguém? Cala a boca, Gabriella..- Falou sem paciência e eu bufei.

Olhei pra ele, estendendo os braços e ele negou, me abraçando e beijando minha cabeça.

Gabi: te amo...- Falei baixo e ele apenas beijou minha testa também, me soltando.

Jhon: Vê se não volta com filho...- Falou me empurrando pra fora.- se comer minha irmã, eu como o teu cu, viado do caralho.

Samuca: Vai tomar no cu, caraí...- Falou rindo e abraçando o jhon de lado.

Entramos no carro e eu não sabia nem pra onde a gente ia ou o que era pra fazer, só estava viva de corpo ali.

Fechei meus olhos e respirei fundo, saudades de ser invisível ao mundo, ou seja, saudades de quando eu não tinha nascido.

Fiquei quietinha olhando o caminho, era de manhã ainda e tinha uma modesta movimentação nas ruas, estávamos parados em um sinal, quando eu apenas escuto o vidro quebrando.

pela terceira vez no dia, gritei assustada com o barulho de tiro, que se instalou no braço do Samuca.

Neguei com a cabeça, abrindo a porta do carro assustada, pra poder correr, mas dei de cara com o Th, rindo na minha frente.

Caralho, isso só podia ser meu pior pesadelo.

Amor bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora