Amor bandido

32

Gabi 💖

Fiquei ali e confesso que estava muito bom pra mim, só de sentir ele passando a mão no meu cabelo, bagunçando o mesmo e sempre levava um tapa meu, era bom demais.

Th: A mãe do Vinicius sumiu quando ele tinha 5 anos...- Quebrou o silêncio.- Eu tinha colocado a minha vida nas mãos dela, Gabriella.

Gabi: De qual modo? - Falei passando a unha no peito dele por cima da blusa.

Th: Quando a gente casou, eu coloquei todos os meus bens pra ela, porque ela falava que tinha uma doença e isso rendia muito dinheiro pro tratamento, então eu trabalhava pra caralho e tudo que eu ganhava, ia pra ela, nada chegava pra mim.

Gabi: Você não era do tráfico? - Ele negou.

Th: Eu nunca gostei disso, sempre me liguei mais em ser do lado certo. Aí quando eu descobrir que ela não tinha porra de doença nenhuma, no outro dia, ela fugiu.

Gabi: Deixando ele com você?

Th: Deixando o próprio filho sem nem comida, porque eu não tinha caralho de dinheiro...- Falou bolado.- E isso me fez entrar pro tráfico, porque mesmo ela fugindo, tudo que eu ganhava ainda pra ela.

Gabi: E por que as vezes você trata o Vinicius daquele jeito seco? Sendo que ele foi tudo o que te sobrou?

Th: Porque ele sempre chamava por ela, eu tinha explicado que ela abandonou a gente, mas ele sempre preferiu ela e sempre quis achar ela. Tu entende, Gabi? Eu tava lutando pra caralho, passei por cima de vários bagulhos e no final da noite, escutar o moleque chamando pela filha da puta que abandonou?

Gabi: Eu sei que foi difícil pra você e até hoje ainda acho que é, mas ele não tem culpa... Ele ainda sim, é uma criança e sente falta.

Th: Até hoje eu acho que ela tava grávida quando foi embora, achei um exame de gravidez nas coisas que ela deixou. Eu sou maluco atrás disso, mas eu nunca chego a porra nenhuma.

Gabi: E você já pensou na possibilidade dela estar fora do país? Ou mais perto do que você imagina? Por exemplo, já se passaram anos, ela pode ter mudado bastante a ponto de você já ter visto ela e não reconhecer.

Th: Eu já rodei o mundo...- Olhei pra ele.

Gabi: Eu sei que parece muito fácil eu chegar aqui em você e te exigir confiança em mim, mas eu gosto de você. Eu não sei se você sente o mesmo, ou sente apenas o prazer de ficar comigo. Mas eu tô aqui, tá bom?

Th: É com tempo, Gabriella. Não garanto conseguir abrir um espaço pra tu, nem deixar tu chegar assim na minha vida. Mas eu sinto alguma parada por ti, mas ela pode ser boa ou ruim, tá ligada?

Gabi: Tá bom, a gente tá namorando agora então! - Brinquei e ele me olhou, negando com a cabeça.

Dei um selinho nele e ele se afastou, se levantando da cama e pegando o celular, me deixando sozinha naquele quarto.