Para Améllia, o mundo é a sua casa. Para Gian, a Itália. Quando se conhecem a química é inegável, mas Améllia pretende ir embora para um mochilão dentro de 6 meses, mas a cada encontro com Gian encontra mais motivos para ficar. Narrado pelos próprio...
"Alice: Quanto tempo dura o eterno? Coelho: Às vezes apenas um segundo."
Alice no país das maravilhas
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Gian Carbone
Eu queria dizer que todos os fatores que me levaram à conhecer Améllia foram obra do destino. Que foi tudo programado, um resultado do efeito cascata de tirar fotografias para um jovem casal > expor em uma galeria > ela visita a galeria e para bem em frente à minha obra. O grande porém da história é que na vida real esse lance de destino não existe. Nada está programado. Mas tenho certeza de uma coisa: o acaso mora na casualidade do agora. E as coisas acontecem quando nos abrimos para elas. A nossa vida é pura decisão. A gente faz escolhas e elas nos guiam até onde estamos nesse exato momento. Então resumindo, se eu tivesse negado expor minhas obras na galeria, não teríamos nos encontrado.
Maio
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Améllia Howtwel
Passei dias e dias entregando currículos mas aparentemente, graças à minha crítica em rede nacional, estava taxada como "a louca dos direitos trabalhistas". Por outro lado, algumas pessoas à minha volta faziam vários elogios aleatórios enquanto eu caminhava pela rua. Minha viagem não estava cem por cento cancelada, mas estaria se não arranjasse um emprego até Agosto.
— Parece que estou usando um repelente anti-emprego. — reclamo para Gian enquanto caminhamos de mãos dadas para o Festival de Cinema Italiano.
— Todos os revolucionários passaram por essas. Você sabe, nossa sociedade não está preparada para pensadores.
— Você tem toda razão. Só espero não ser queimada na fogueira por dizer o que penso.
O processo estava na tribunal mas a audiência não havia sido marcada. Esperar e ser paciente são virtudes que eu não tenho, infelizmente.
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O Festival de Cinema Italiano era um evento municipal que acontecia a cada dois anos, ao ar livre em meio ao parque central da cidade. Era o início da noite, e o sol se despedia de nós como um quadro de Henri Matisse, numa paleta de tons pasteis. Nós levamos toalha e estendemos sob grama, além de dois cobertores e almofadas, afinal era primavera, o que na Itália nos lembra muito o inverno.
Quando estava com Gian meus problemas eram quase inexistentes. Acho que é mais ou menos isso que chamam de porto seguro. Nunca fui uma romântica incurável, acho que demonstração exacerbada tendem ao exagero. Mas com ele descobri que o amor precisa ser fácil, facinho. Precisa ser fácil no nível mais literal da palavra.
