Capítulo 34 - Movimento de Abertura

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As aulas haviam terminado pouco mais de uma hora antes e, apesar da aproximação do jantar, a sala comunal da Grifinória era barulhenta e cheia. Tinha sido um dia muito movimentado, depois de um domingo particularmente infeliz, cheio de estudos e acompanhamento de seus trabalhos escolares negligenciados, mas no final, ele supôs atordoado, valia a pena porque finalmente havia terminado todas as suas tarefas atuais e podia fazer o que queria, ou seja, fazer nada. Harry sentou-se ao lado de Tom em um dos muitos travesseiros de chão, a cabeça apoiada no ombro forte do moreno escuro e as costas apoiadas no sofá atrás deles, ocupado pelos outros dois companheiros. Nagini alegremente se enrolara no tapete desbotado em frente ao fogo e agora parecia ter adormecido.


O próprio Harry sentiu-se perto de fazer o mesmo. Ele ouvia o pulso de Tom e os sons suaves de sua respiração, a virada ocasional das páginas do Aeneid, que ele tomava para decifrar estudiosamente sempre que tinha tempo, o estalo das agulhas de tricô de Hermoine e o frenético arranhar da pena de Ron. esforçou-se para terminar o ensaio da poção que Harry havia cido abençoado por fazer quase 24 horas antes. Tudo era muito relaxante, apesar do barulho mais alto das conversas e risadas dos colegas de casa e, enquanto ele ficava ali, olhando o fogo bruxuleante, sentiu-se começando a flutuar. Sua mente vagando.

A guerra acabou. Voldemort e seus Comensais da Morte se foram, embora seus atos terríveis ainda não tivessem sido esquecidos e ainda levassem um tempo considerável para se curarem completamente. A sala estava escura e aconchegante, aquecida pela luz do fogo na lareira de pedra não muito longe na frente deles. Estrelas brilhavam do lado de fora da janela e uma coruja selvagem buzinava enquanto flutuava através da sombra prateada da lua no canto da linha de visão. Tom sentou-se ao lado dele, tão perto que ele podia sentir o calor de sua pele através das roupas que ambos usavam. Seu rosto, como sempre, enterrou-se em suas mechas desenfreadas, enquanto embalava a mão que trazia o anel de noivado, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.


-"Há!"- A súbita voz de Hermoine fez os dois pularem, sacudindo Harry de seu sono leve e banindo a imagem de volta ao reino dos sonhos enquanto ela segurava sua última criação e a sacudia com orgulho. -"Tudo terminado. E levou apenas dois dias."-


-"Uh, Hermoine.."- Harry perguntou, sua voz ainda um pouco grossa de sono. -"..o que exatamente é isso?"-

Para ele, parecia um enorme tubo lilás que se afilava levemente e estava aberto nas duas extremidades.


-"Isso, Harry, é um suéter."-


-"Um suéter?"- Ron repetiu, olhando o tubo de lã para cima e para baixo. -"Que tipo de elfo doméstico não tem braços e tem mais de um metro e oitenta de altura?"-


-“Não é para um elfo doméstico, é para Nagini.”- Tom disse, fechando o livro e chamando a serpente. Nagini desenrolou-se de onde ela se sentou no tapete e deslizou até ele. -"Obrigado, Hermoine."-


-"Claro; é bom saber que alguém aprecia minha habilidade em costurar. ”- Ela olhou incisivamente para Harry e Ron enquanto Tom mantinha a extremidade menor aberta para Nagini rastejar. -“Coloquei um feitiço de aquecimento também, caso fique muito frio. Espero que se encaixe."-


-“Se encaixa perfeitamente. Parece ser do tamanho certo, embora ela precise tirá-lo quando comer."-


-"Isso é legal."-

Tom e Harry deram um sorriso ao sibilar satisfeito da serpente.

-“Ela adorou.”- Ele disse a ela que, agora com o suéter a tiracolo, Nagini voltou ao seu lugar no tapete. -“Agora ela poderá vir conosco para os futuros jogos de quadribol no inverno sem precisar se esconder na minha camisa. O que me lembra.." - Tom voltou sua atenção para Harry - "..ela já te perguntou como é o gosto de um pomo de ouro?"-

Praeclarus Anguis  Onde histórias criam vida. Descubra agora