Capítulo 45 - Separações

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As notícias se espalharam rapidamente e bruxas e bruxos de toda a Grã-Bretanha inundaram a vila de Hogsmeade para assistir ao funeral mais rápido do que Harry pensava ser possível, mesmo com mágica. Madame Maxime havia chegado a Hogwarts em sua maciça carruagem azul puxada por Abraxans alados, causando grande alvoroço entre os estudantes mais jovens que nunca a haviam visto antes - o atual Ministro da Magia - que Harry estava evitando como a Praga, junto com a também havia um pequeno contingente de aurores que o acompanhava, embora o olhar cínico  nele suspeitasse que sua presença era muito mais uma obrigação da posição do que qualquer desejo real de prestar sua homenagem ao diretor caído. Fudge, girando nervosamente o chapéu-coco esmeralda nas mãos e parecendo tão estressado como sempre, apesar de estar quase um ano fora do trabalho, Também estava lá, junto com Rita Skeeter - que, para sua condenação absoluta, agarrou um caderno nas mãos com garras de cerejeira - e, para sua raiva ainda maior, uma Dolores Umbridge muito insincera, que usava um laço preto no cabelo desgrenhado. Embora, ele supôs, fosse pouco vindouro vê-la repentinamente deslizar de susto ao ver Firenze, que estava na margem do Lago Negro como um sentinela.

O resto do rebanho de Centauros que habitava a Floresta Proibida também havia chegado, embora fossem difíceis de ver nas sombras profundas projetadas entre as árvores. Os fantasmas de Hogwarts também estavam lá, visíveis apenas quando se moveram; um brilho opalescente de cor fantasmagórica pairando no ar. Grawp, vestido com um terno preto e calça do tamanho de uma pequena tenda, sentava-se na parte de trás dos presentes, cabeça em forma de pedra curvada e comportamento estranhamente dócil. A superfície do Lago Negro ondulava com o canto sobrenatural das sereias que a habitavam.

Harry estava sentado, entorpecido, entre Ron e Hermione, observando enquanto o Hagrid chorava silenciosamente, carregava o corpo de Dumbledore envolto em uma mortalha roxa adornada com estrelas na frente e descansava na mesa que havia sido preparada lá. Um homenzinho de terno preto, principalmente careca, com apenas mechas ocasionais de cabelos saindo da cabeça em ângulos estranhos, levantou-se do assento e cambaleou até a frente. Começando a falar várias palavras que nenhuma delas conseguiu entender claramente.

-"Onde está o Tom?"- Hermione perguntou calmamente.

-"Ele não vai vir."-

-"O que! Por quê?"-

Os olhos verdes de Harry se voltaram para o pedaço distante de pedras onde ele costumava se reunir com Kenny e os outros durante seus períodos livres nos anos 40. Tomando a forma da raposa negra que estava ali, Nagini se enrolou a seus pés, observando. Orelhas animadas. Perto o suficiente para ouvir, mas longe o suficiente para que a maioria não percebesse sua presença.

-“Ele não podia ser visto por Scrimgeour. O Ministério da Magia não o conhece e, até que Voldemort seja tratado, ele prefere que continue assim."-

Essa foi a razão oficial que Tom havia lhe dado por sua ausência, mas ele viu o verdadeiro raciocínio por trás de sua decisão nas profundezas dos olhos escuros do outro.

Eu não pertenço a isso.

Doeu, da maneira maçante, mas de certa forma pungente, que apenas a dor de segunda mão de uma pessoa com quem realmente se importava podia, saber que Tom ainda se sentia assim. Ele tentou convencer o outro rapaz de outra forma, que ele estava errado, que ele fez pertencem, que, apesar de tudo o que aconteceu no passado, ele tinha mudado e Dumbledore gostaria que ele estivesse aqui.

Apesar de parecer como se estivesse desesperado para acreditar nele, o moreno ainda se recusava.

-"Oh,"- relutantemente, Hermione deixou o assunto e sentou-se na cadeira. -"Bem, suponho que faça sentido."-

Praeclarus Anguis  Where stories live. Discover now