capítulo 14✅✅

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Elsa
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O medo dominou meu corpo assim que o guardião anunciou que sentiu o cheiro do sangue do chefe Hiccup, e não demorou para que logo ele fosse farejando até nos encontrar, suas garras afiadas cortaram a pilastra, fazendo-a desmoronar em cima de nós, minha única ação no momento foi empurrar o Hiccup para não se machucar ainda mais, enquanto eu me protegi das pedras da coluna de granito negro que caíram sobre mim, criando um escudo de gelo. Logo depois me encontrava presa sobre o peso das pedras, equanto por uma brecha eu via o Banguela que tentava defender seu dono, mas logo foi imobilizado por correntes de gelo. Hiccup precisava de ajuda, e eu não conseguia me soltar das pedras pesadas em cima do escudo que me protegia, no mesmo momento minhas mãos começão a brilhar e a formigar de forma fria e ardente, uma névoa começou a me rodear, sinto a força do vento sobre minhas mãos, e a uso para me libertar, um pensamento rápido vem em minha mente e quando percebi empunhava uma espada de gelo e bati de frente com o guardião, confrontando-o, vi meu reflexo na lâmina da sua espada prata travada contra a minha, meus olhos estavam luminosos transbordando o poder dentro de mim que percorriam minhas veias. Anúncio feroz ao guardião que o Hiccup não está sozinho.

- Rainha Freia! - o urso fala e arregala os olhos, largando a espada dando alguns passos para trás e se curvando diante de mim, noto uma cicatriz cortando seu olho esquerdo o que deve ter sido fruto de batalha.

- EU NÃO SOU A FREIA! - grito fazendo surgir uma tempestade de flocos de neve que controlo com minhas mãos e começo a usa-la para erguer o guardião do chão.

- Elsa!... - escuto Hiccup me chamar debilmente, e me viro para ele, e noto que sua pele estava ficando pálida, Banguela havia se libertado das correntes e estava a seu lado o protegendo da névoa que percorria todas os arredores. Não me dei conta que a temperatura caia cada vez mais com minhas ações.

- Hiccup! - digo cessando meus poderes e largando o guardião que cai no chão e fica apenas observando correr em direção ao meu amigo viking - Você está congelando! - falo aflita, e o ajudo a se levantar, e a se apoiar no seu dragão. Esqueço o motivo que me trouxe até aqui e me preocupo apenas em ajuda-lo.

- O ferimento voltou a sangrar! - Ele conta debilmente, pondo sua mão sobre a sua cintura que começa a se molhar em vermelho. E logo depois fazendo careta de dor, de alguma maneira também compartilho essa dor através do frio que envadiu seu corpo. E sinto que minha magia não neutralizou o efeito da flecha por completo.

- O que? Hiccup - me desespero quando ele quase cai fraco mas o seguro - Não...não...não! Fica acordado - Peço me ajoelhando no chão com ele pesando em meus braços - Por favor fica acordado....

- O ferimento não cicatrizará! - o urso fala e me viro assustada, ele está vindo em nossa direção, Banguela começa a rosnar para ele, mas não o ataca - Suponho que foi ferido por uma flecha de Killerfrost! - diz aspirando o ar e se aproximando mais um pouco - Virserion já....

- NÃO SE APROXIME! - Vociferei cravando minha espada no chão fazendo emergir uma barreira de espinhos de gelo em nossa volta como proteção. E ele me olha confuso e parece intrigado por eu estar protegendo o Hiccup

- Rainha Freia! Perdoe-me, mas como ele pode ser bem vindo ao castelo? Não se lembra...

- Pare de me chame de FREIA! - grito ameaçadora, que chego a sentir o medo que passei ao guardião que da um passo para trás - Hiccup? Hiccup! - volto minha atenção novamente para o Hiccup que parece já não ter forças nem para me responder. Eu não entendia o que estava acontecendo, eu tinha certeza de que havia eliminado todo o veneno da flecha enfeitiçada do corpo dele mas o efeito parece ter retornado. - Hiccup fica acordado!

- Eu... não estou conseguindo! - Ele responde quase como um sussurro e com dificuldades de manter seus olhos abertos

- A lenda do inverno, a profecia... - o Urso fala chamando minha atenção - ...a trouxeram de volta sem suas lembranças do passado minha rainha? Icelly não disse que isso iria acontecer... - Ele diz se aproximando e olhando torto para Hiccup, mas logo pronuncia voltando seu olhar para mim - Se salva-lo é o seu desejo.... ele deve ser levado às águas glaciais, da caverna da gruta azul onde as águas são aquecidas pelo gêiser, que curará sua ferida e irá amover o veneno da Killerfrost, seu efeito só pode ser quebrado pelo calor vindo das chamas ardentes do fundo das águas da gruta.

- Por que devo confiar em você? - pergunto franzindo o cenho, afinal ele era o urso que inicialmente nos atacou

- Minha rainha, pode não recordar "ainda", mas em mil anos eu servi a seu reinado, dei meu sangue em suas batalhas, em quinhentos anos honrei a espada que me deu, derramando sangue daqueles que ousavam envadir o castelo, ou os que ousaram tentar lhe trair, iliminei mesmo aqueles que eram meus irmãos, pois minha vida e minha lealdade sempre será sua pois honrarei meu juramento até minha morte! - ele diz com a mão sobre o peito, e se curvando diante de mim, sinto a sinceridade na sua voz, eu não ligava em novamente questionar que eu não era à rainha, essa maldita semelhança que fazem me confundirem com ela, irá ter que me servir agora.

- Leve-me até a caverna da gruta azul! - Peço decidida e aflita ao olhar para o meu amigo viking cada vez mais pálido. - Aguenta firme Hiccup.

Hiccup
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Senti uma estranha sensação de estar sendo congelado por dentro, e dói, doi muito, de forma insuportável que me fazia agonizar. Nó fomos guiados pelo guardião adentro do castelo, sombrio e sem vida, caminhamos pelos corredores, com estátuas que pareciam cavaleiros gigantes que serviam de colunas, haviam quadros antigos e manchados nas paredes que não davam de identificar o que estava sendo exibido, mas um me chamou a atenção, sua pintura era familiar e a imagem não estava tão desgastada, a luz da tocha bateu rapidamente nele que não me deu tempo de focar com atenção, mas aquele devia ser o quadro da rainha desse castelo, continuamos andando até chegarmos a uma escadaria, o guardião ascendeu uma das tochas de fogo que logo as demais se ascenderam sozinhas iluminando os degraus abaixo, ele desceu na nossa frente, sinto que a rainha continua arisca em confiar nele assim como eu, mas não sei se eu aguentaria uma viagem para buscarmos ajuda fora daqui. Descemos as escadas que pareciam não ter fim até chegarmos em uma caverna, minha visão estava turva mas percebi que as rochas eram negras e brilhantes quando a luz da tocha as tocava.

- Por aqui! - ele diz chamando nossa atenção e no mesmo momento nossos olhos percorrem pelo lugar até encontrar um lago iluminado, de águas azuis, Elsa me ajuda a me aproximar com a ajuda do Banguela, eu sinto um vapor quente vindo da água. E começo a sentir uma sensação boa do calor que tocar minha pele.

- Hiccup? Você pode entrar sozinho? - Elsa pergunta enquanto me ajuda eu a me sentar na margem da água, e ela parece muito incomodada pelo intenso calor, eu confirmo que posso e ela logo procura se afastar. Tiro parte da minha armadura, como as ombreiras, os braceletes, o colete de couro.

- Está muito quente! - digo entrando na água que começou a borbulhar de repente, e uma sensação de alívio toma meu corpo, é como se o ferimento estivesse se cicatrizando. - Como isso é possível? - questiono saindo da água e levantando minha blusa analisando o ferimento e... já não havia ferimento algum em minha pele. Mas tinha algo errado, senti uma sensação estranha que agora corria em meu corpo, como se eu estivesse ardendo em chamas sem me causar dor.

- Desconhece o poder da sua própria criação? - O guardião urso indaga - Parece que também não recorda de quem você é. Não é filho de Ymir?

Fogo e Gelo | CONCLUÍDA Where stories live. Discover now