Seis - PASSADO

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SLATER

   

             Assim como havia pedido, me chamaram quando todos os demais membros haviam saído e deixaram apenas os três traidores no cômodo. Tarcísio antes de sair, só acenou e bateu a porta. Ao meu ver, deixou em minhas mãos a responsabilidade de fazê-los sofrer. Uma risada se formou em minha garganta querendo ser libertada, mas a contive, não queria avisá-los da minha presença. A passos lentos me aproximo e os observo, estão amarrados, amordaçados e vulneráveis. É satisfatório vê-los dessa forma, mas preciso estar ciente do motivo de tê-los aqui. Desvio rapidamente meus olhos procurando o que irei precisar e encontro uma mesa metálica na lateral, próxima suficiente de seus corpos. Suponho que Aidan preparou tudo, não me surpreendi, ele quando quer é bem prestativo. Não sei como, mas sentiram que não estavam sozinhos e um deles questionou através da mordaça;

— Quem está aí?

           Para ser sincero, me senti em um filme de terror, onde sou o próprio vilão. Só que infelizmente, as minhas vítimas não são inocentes como nos filmes. Ignorei a pergunta e dessa vez querendo ser ouvido, deixei meus passos ecoarem pelo lugar e andei em direção a mesa que continha os objetos que precisarei. 

          Pude ouvir um deles vacilar diante dos sons dos meus passos, parei de andar e fechei os olhos, apreciei o momento, o silêncio tenso e amendrontador que estava instalado era pela minha presença. Consegui ouvir uma respiração ofegante, não posso negar que causar tais reações era demasiadamente satisfatório. Antes de sair do meu estupor, pude sentir uma onda de adrenalina percorrer pelo meu corpo, sensação que não sentia há tempos. Era ótimo estar de volta!

          Com os olhos abertos e em alertas, continuei a andar em direção a base metálica, abri a bolsa e retirei o estojo com as facas de cortes que costumava utilizar. Analisei uma a uma e decidir pegar a faca de aço damasco pela sua excelente precisão, não a uso com frequência, mas quero deixar algumas cicatrizes, marcá-los, caso saiam com vida desse lugar. Verifiquei a lâmina e acabei deixando um filete de sangue conforme toquei com a pele sensível dos meus dedos o aço frio. Virei o corpo e os encarei. 

       Normalmente, seria lento, muito lento, mas no momento não posso ser tão meticuloso e preciso de respostas. Só que se não ferir Chace, estarei indo contra os meus instintos e contra as dores da minha família, não posso deixá-lo sair impune. Ando a passos largos em sua direção e quando estou próximo o suficiente, digo:

— Irá se arrepender de ter nos traido. – Alto suficiente para que ele ouvisse, não os demais, minha voz saiu como um sussurro apesar da rouquidão.

           Cravo a faca em sua coxa perfurando o mais profundo que posso, o mesmo sibila de dor e solta um grito agonizante deixando seus companheiros em alerta. Quieto e em silêncio, tiro o tecido que estava vendando seus os olhos e o deixo me encarar. A raiva é nítida e a promessa de uma vingança também, ele tenta se soltar das amarras, mas o ignoro e retorno à cortá-lo. 

        Cada corte em seu corpo era mais profundo que o anterior, quando não consegui mais distinguir o que era tecido molhado pelo sangue de pele cortada, resolvi deixá-lo e fui para o próxim; Turn. 

       Quero ouvi-lo implorar por misericórdia, ver a dor latente em seu olhar e sorrir, enquanto ele clama pela morte. Tiro a mordaça e a venda, assim que seus olhos se acostumam com a baixa luminosidade, ele encontrou-me o encarando e como havia previsto, começou a falar.

 — Isso tudo por causa de uma pirralha? – questionou. 

      Ignorei sua pergunta e lentamente, andei em direção a mesa, novamente, selecionando o item que ocasionará dor. Encarei, analisei e desisti das facas. Optei pela bandagem que sempre carregava comigo, procurei nos bolsos da bolsa e a encontrei. Enrolei nos meus punhos enquanto o ouvia resmungar;

Slater - Série Black Angel MC #1Where stories live. Discover now