Marilyn Ashworth não é uma adolescente comum. Escondida sob roupas grandes, ela luta para disfarçar que tem um pai alcoólatra e violento. Ir para a escola é a melhor parte do dia, mas estar apaixonada por um garoto que nem se importa com ela torna t...
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Passam-se alguns dias após a minha chegada à casa de Grace e tudo vai bem, exceto Carter e sua implicância comigo. Eu tento não me importar, mas é muito difícil quando está claro para mim que ele me odeia.
Na escola, surge o boato de que ele terminou o namoro com Alyssa e eu me sinto culpada por isso. Fiz a burrada de transar com ele na casa de Sean e isso acarretou uma série de consequências.
É claro que não o obriguei a nada, então ele não devia colocar a culpa toda em mim, até porque no mesmo dia ele deu a entender que havia terminado o namoro com Alyssa. E como eu era uma catadora de migalhas, aceitei o que ele tinha a oferecer, mesmo imaginando que estava mentindo. O problema é que acabei humilhada e grávida.
Respiro fundo e prossigo para a sala de aula, seguindo os demais alunos pelo corredor.
Ignoro os olhares nada sutis na minha direção e continuo andando, até Alyssa se distanciar de seu armário e seguir na minha direção.
Paro de caminhar, nervosa.
— Ei, quero falar com você. — ela para na minha frente e sua expressão não é uma das melhores.
— Posso ajudar?
— O mais impressionante é que eu senti pena de você. — ela ri sem humor. — Como não percebi o quanto é sonsa e invejosa?
— Você está me ofendendo.
— Que pena, né? — ri com cinismo. — Descobri que o meu namorado me traiu com você... — fico surpresa. — Na festa do Sean, depois de um campeonato. Ele confessou.
— Desculpa, Alyssa, eu...
— Não se dê ao trabalho de fingir uma preocupação que no fundo você não sente. — balança a cabeça. — Eu terminei com o Carter. Agora pode ficar com ele só pra você. Satisfeita?
— Não, eu não...
— Não finja. — me lança um olhar frio. Vejo a pequena multidão de curiosos se formar ao nosso redor. Alyssa ignora isso e desce o olhar pelo meu corpo até minha barriga. Sinto-me extremamente mal quando vejo lágrimas se formarem em seus olhos. — Agora eu entendo. É dele, né?
— Dele o quê? — consigo dizer.
Essa situação é tão complicada. Acho que ela já percebeu tudo.
— O bebê que você está esperando. — diz, limpando as lágrimas do rosto com a mão. — Só me responda se é ou não. Preciso saber.
— Não posso falar. — sussurro, chateada. Observo as pessoas atentas à nossa conversa e temo revelar meu segredo aqui. — As pessoas estão olhando.
