capítulo 25: sobre perdas e abraços

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Estou sentada na cama quando Carter aparece

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Estou sentada na cama quando Carter aparece. Ele fica me observando da porta, como se quisesse dizer algo. Disfarço meu próprio nervosismo e o observo quando ele senta ao meu lado no colchão.

O que ele quer?

— Recebi uma ligação hoje. — respira fundo. — Não tenho boas notícias.

— O que houve? — questiono, preocupada.

Carter está muito sério. Não parece querer me humilhar dessa vez.

— Minha mãe já sabe. Acabei de contar. Ela achou melhor eu te dizer. Nem sei por que ela achou isso. — murmura, distraído, antes de me encarar.

Não entendo a vontade de chorar que está me invadindo. Na verdade, estou com essa sensação estranha desde a manhã. É claro que Carter tem me machucado ultimamente, mas sinto que tem algo a mais; uma sensação terrível de premonição. É como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer. Ou já tenha acontecido.

— Me conta, por favor. — digo em voz baixa.

— É sobre seu pai. — ele afasta os olhos do meu rosto.

Soluço baixinho. Já até consigo imaginar o que aconteceu.

— O que tem ele? — consigo perguntar. — Me conta.

— Houve uma briga na hora do banho de sol. Um cara muito ruim tinha uma faca e eles brigaram...

Já estou chorando muito. Antes que ele possa terminar, meu corpo convulsiona com os soluços e eu enfio o rosto entre as mãos, com uma dor terrível na alma. Por quê? Será que não vou ter um momento de felicidade na vida? Tudo é só tristeza.

— Ele morreu, né? — minha voz sai embargada.

Carter me olha com pena antes de assentir.

Choro ainda mais, lembrando-me do meu pai. Ele era bom antes de minha mãe partir. Era uma pessoa gentil. Nunca passou por cima das pessoas. Mas o maldito álcool acabou com ele; destruiu o homem que eu chamava de pai. Ele teve um fim ruim. Muito ruim.

— Foi há dois dias. Como não encontraram nenhum parente, já o enterraram. Só agora lembraram que ele tinha uma filha e ligaram para cá.

— Meu pai... — soluço, com a vista embaçada e não me importo de gritar de dor.

Em uma atitude inesperada, Carter me puxa para seus braços, abraçando-me.

Choro contra seu peito, sentindo um vazio por dentro. Ele me abraça ainda mais forte, como se quisesse me proteger.


***


Está tarde quando desperto.

Dormi de exaustão. Suspiro e só então me lembro do que aconteceu e sinto vontade de chorar. Não encontro mais lágrimas. Acho que me esvaziei. Noto o meu próprio estado e fico um pouco alarmada.

Estou deitada sobre a cama. Sinto um peso em minha cintura e vejo uma mão masculina. Estremeço e subo o olhar, encarando Carter mergulhado em um sono profundo. Ele dormiu abraçado a mim. Seu peito está contra minhas costas e ele está me prendendo.

Não luto para me soltar, dessa vez. Só relaxo no calor desse garoto e durmo novamente.


***


Após o episódio no quarto, acordo sem Carter por perto.

Depois disso ele me ignora. Nem implica mais comigo. Eu me sinto mal com sua distância e depois me xingo mentalmente por isso. Ele me humilhou diversas vezes e apesar de ter me consolado quando recebi a notícia da morte do meu pai, isso não apaga todas as humilhações que recebi.

No sábado, estou prestes a subir a escada quando Carter desce por ela, usando uma calça jeans, camiseta social e tênis. Os cabelos estão penteados para trás e ele está muito sério.

Ele me encara finalmente e eu paro de caminhar, nervosa.

— Perdeu o quê? — questiona com grosseria.

— Nada. Eu ia subir a escada.

— Então suba. — resmunga, passando por mim. Cumprimenta a mãe e o irmão no sofá antes de sair, batendo a porta.

Disfarço o quanto estou chateada com sua atitude e subo a escada até o banheiro. Tomo um banho relaxante, ensaboando minha pele. Observo minha barriga com carinho antes de terminar.

Sigo até o quarto enrolada na toalha e visto o pijama que consiste em uma camisola azul, de seda. Ganhei de Grace e o amei.

Está tarde, presumo. Vejo as horas em meu celular, notando que já são 22h40.

Suspiro, jogando-me na cama enorme.

Observo a janela escancarada, e a cortina branca balança contra ela. Sigo até lá, encarando o céu estrelado. Penso no vendaval que minha vida se tornou nos últimos tempos, imaginando como seria me tornar um daqueles pontos brilhantes no céu.

Suspiro, sentindo o sono chegar e volto para a cama, deitando contra os travesseiros.



***


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