We, The Kings • drarry

PARTE II - O Príncipe da Sonserina

Toc! Toc! Toc!

Harry ficou de pé na cama, olhos arregalados e alertas. Rapidamente, ele avaliou suas circunstâncias desconhecidas e a memória de ontem inundou sua mente. Uma onda de miséria a acompanhou. Ele lembrou onde estava. Longe de casa, e sem saída.

Toc! Toc! Toc!

"Inferno", ele murmurou cansado.

Amaldiçoando a pessoa que decidiu acordá-lo antes que o sol nascesse, Harry se forçou a sair da cama quente e caminhou até a porta, tremendo quando o ar frio atingiu sua pele.

"O que?" ele resmungou com raiva quando abriu a porta, mas instantaneamente deixou cair sua irritação quando viu o protótipo de mamute de um homem do outro lado.

Mais do que uma cabeça mais alta que Harry, e enormemente construída, a visão do soldado afugentou todos os traços de sono de Harry. Seu rosto estava severo e quente quando ele olhou para Harry com ameaça e aversão. Seus olhos estavam negros e envoltos sob duas sobrancelhas grossas que quase se uniam no meio. Sua boca estava colada em um tom de desprezo que Harry tinha certeza que não havia deixado seu rosto desde o nascimento.

"Você. Lufa-lufa", o homem resmungou, assustando Harry com seu tom grave. "Vista-se."

Harry olhou para o gigante, incrédulo, imaginando se todos no Império possuíam a mesma atitude abrupta e brusca que ele. Ninguém aqui sabia como dizer 'olá'?

"Vista-se com o quê?" Harry perguntou firmemente, determinado a não se deixar intimidar pelo homem.

O sonserino olhou para Harry com algo parecido com repulsa por ele ousar fazer uma pergunta. Sem uma palavra, ele apontou para um ponto atrás de Harry. Harry se virou e viu o guarda-roupa. Claro, ele pensou irritado, marchando e abrindo as sólidas portas de madeira do armário.

Bem no centro, havia cota de malha e um conjunto completo de armaduras da Sonserina, com uma espada e um escudo com uma grande cobra esmeralda enrolada no centro. Harry levantou uma sobrancelha, incrédulo - eles realmente esperavam que ele usasse isso? Isso iria contra tudo o que ele acreditava.

"Eu não vou usar isso", ele disse inflexivelmente, voltando-se para a porta. "Eu não sou um sonserino."

Os olhos do gigante se estreitaram diante dos nervos de Harry. "Eu não ligo. Cale a boca. Vista-se. Agora."

Harry revirou os olhos para o imperativo e recuperou a cota de malha. Colocou a pesada armadura nos ombros e amarrou o peitoral e a guarda do ombro direito. Imediatamente, todo o seu torso parecia dez vezes mais pesado, mas estranhamente, ele sentiu uma sensação de conforto no traje militar. Apertou o cinto em volta da cintura e enfiou a espada na bainha do quadril esquerdo. Luvas grossas de couro com luvas de metal cobriam suas mãos e antebraços. Com um olhar final deliberado para a roupa de brigandine verde decorada com a píton da Sonserina no centro, Harry fechou a porta do armário. Ele usaria a armadura, mas não o rótulo.

Ele se virou para olhar o gigante da Sonserina. "Prefiro morrer a usar uma cobra no peito", ele murmurou em voz baixa, marchando até a porta.

O homem zombou com nojo. "Podemos resolver isso", ele ameaçou. "Me siga."

Harry tentou mapear sua jornada para onde quer que eles estivessem indo e começou a juntar o layout do castelo, mas era impossível. No momento em que Harry pensasse que tinha uma noção do labirinto de corredores, eles se deparariam com um vestíbulo com seis novas direções para caminhar e Harry mais uma vez se sentiria como uma mosca presa em uma teia de braches interligados.

Eventualmente, sua jornada os levou ao ar livre para um enorme pátio gramado, cheio de dezenas de soldados em treinamento matinal. Harry apertou os olhos contra os primeiros raios do sol nascente a vigiar a sessão.