-Linhas Cruzadas-22

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A influência coletiva foi grande no comentário do capítulo anterior, devo puxar a orelha de vocês?
  Vocês têm que tirar suas próprias conclusões, terem seu próprio ponto de vista. Nada de se deixar influenciar pelo comentário do amigo.

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— Você é um enlear de Bardo do Avon e Bierce. Por fora remanso e por dentro um rio de arquejo. Repleta de ignávia… Um emaranhado de cinca! — Gretta sussurrou pausadamente, enquanto passava às mãos nos cabelos de Aurora.

— Por um acaso você está me criticando? É isso mesmo, Brasil? — Aurora questionou em falsa conturbação.

Gretta sorriu abertamente, deitou-se novamente encarando o teto. Aurora virou de lado, para observar a mulher, ficara encantada, estava, adora o sorriso sincero da mais velha, achava que ela não deveria forçar sempre permanecer séria, tinha um sorriso lindo e simétrico e reluzente.

— Eu preciso ir. — A menina disse, mordendo o lábio inferior.

Ela queria tudo, menos realmente ir, Aurora deslizou à mão para a coxa da mais velha e começou a subir descer, atenta para o carinho que estava fazendo, Gretta também observava o jeito da menina, observava seus traços, não deixou de vir em sua mente que a garota era mais nova que seus filhos, porém, às pontas dos dedos de Aurora começou a deslizar em seu ventre, fazendo a mulher cortar a linha de pensamento, a mulher suspirou profundamente, sentindo a musculatura vaginal contrair e ficar excitada, a mulher fechou os olhos.

— Para, Aurora. Seu noivo deve está lhe esperando.

Aurora sorriu sacanamente, tirou o lençol que estava tampado um pouco da nudez delas e subiu em cima da mulher, passou a língua salivada nos lábios semiabertos da mais velha. Gretta já estava beirando a insanidade. A mais velha passou às mãos nas costas de Aurora, alcançando sua bunda e as apertou com força e desejo, mordendo o pescoço da jovem logo em seguida, Aurora gemeu baixinho, fechando os olhos. Gretta movida pelo desejo inexplicável, espalmou os seios da mais jovem, sentiu o quanto estavam quentes e macios. Continuou a descer a mão pelo abdômen da moça, fazendo Aurora contrair a barriga em excitação. Finalmente Gretta chegou onde tanto queria, o sexo da menina, gemeu ao tocá-lo, sentindo a umidade da menina quase escorrendo pelos seus dedos. — Tão molhada. — A mulher murmurou, rouca pelo desejo.

Seu dedo indicador e o maior escorregaram facilmente para dentro da mais jovem, com o polegar tocou o pontinho rígido de prazer da Aurora, sentiu tudo pulsar em sua mão. — Rebola para mim! — Gretta ordenou.

Causando um efeito exasperado na mais jovem, que começou a rebolar e gemer baixinho, deitou o corpo em cima da mais velha, beijaram-se bestialmente. Sem a menina parar de rebolar nos dedos da mais velha.

Para Gretta, ouvir a menina assim, gemendo no pé do seu ouvido enquanto rebolava em cima dela, estava fazendo beirar a loucura, seu coração acelerado, ritmado quase como a intensidade que a jovem rebolava, Gretta suspirou, puxou fortemente os cabelos de Aurora, fazendo ela se sentar novamente. —Gosta assim, não é? — Gretta questionou, empurrando mais fundo seus dedos para dentro da jovem, Aurora gemeu mais alto, porém, a mulher tirou brutalmente os dedos de dentro da Aurora a tirou de cima dela na mesma velocidade. — Nossa despedida já aconteceu. — A mais velha disse séria, com uma das sobrancelhas arqueadas, e com um sutil sorriso nos lábios.

Aurora sorriu nervosa. Não estava acreditando que a mulher era capaz de fazer algo como aquilo, era cruel, tendo em vista que às duas estavam em um estado de excitação surreal.

— Vai! — A mulher falou mais séria, pegando seu hobby e o vestido.

Saiu do quarto indo rapidamente para a cozinha. Ao chegar na cozinha, Gretta apoiou as mãos na mesa, estava nervosa, excitada e com raiva, ficou perdida em seus pensamentos, estava perdendo o controle, perdendo o controle de tudo, de seus sentimentos, de seus desejos e o pior, por alguém que não devia, alguém que a levaria ao ridículo, já não tinha muito que se orgulhar, se sentia um fracasso como mãe, um fracasso na vida profissional, um fracasso como amiga e uma pessoa extremamente difícil de lidar.

Se deu conta de que desde quando conheceu a moça, estava fazendo tantas coisas pela primeira vez, sorriu ironicamente. — Quando eu disse que queria dar uma engrenada na minha vida, não estava falando disso. — Murmurou a mulher para ela mesma.

Tentou afastar os pensamentos de sua mente, pegou a chaleira colocando água para fazer café. Quando estava servindo sua xícara, ouviu o bater da porta da sala, suspirou pesadamente, Aurora estava indo embora, seu pensamento se confirmou ao ouvir o barulho do carro sendo ligado. A mulher ficou ainda mais pensativa.

Assim que Aurora abriu a porta de sua casa, encontrou Stella sentada no sofá, com uma xícara de café em mãos, a menina sentiu um frio na barriga.

— Tinha percevejos na cama é? — A jovem quis brincar, para disfarçar a tensão.

— Conseguiu um borracheiro para remendar o pneu, Aurora? — A mulher perguntou séria e irônica.

— Ah! Sim, mas ele só poderia atender de manhã, por isso eu tive que dormir lá, assim que ele concertou, eu vir para casa.

— E a estepe, Aurora?— A mulher questionou encarando a xícara.

A menina ficou pálida, abriu a boca para falar algo, porém, não tinha o que falar, ainda parada na porta, a menina fechou os olhos pedindo para alguma entidade divina lhe soprar uma boa justificativa.

— Eu nem lembrei. — A menina disse sorrindo tensamente. — Eu só ando de moto, e moto a gente não carrega estepe, furou, tem que remendar.

Stella sentiu vontade de sorrir, Aurora já tinha sido melhor nas mentiras, sabia que de todos naquela casa, sem sombras de dúvidas, a menina era a melhor para trocar pneu, e sabia que aquela mentira descabida não poderia se sustentar, mas tinha medo de colocar a garota contra a parede e ouvir o que não queria ouvir, ouvir o absurdo que estava perpetuando sua mente desde quando passou a observar o comportamento da jovem em relação a Gretta.

— Seu noivo ficou te esperando, te ligou incansavelmente, só foi embora por que seus sogros não estavam mais aguentando de sono, espero que você invente uma boa desculpa para não ter atendido o celular, e por ter dormido fora de casa, essa do pneu não colou. — A mãe da menina disse se levantando, deu um último gole no café. — Feliz Natal, minha filha.

Sem esperar uma resposta, a mulher foi rapidamente para cozinha, deixou a xícara na mesa, e voltou para seu quarto, deixando a menina ainda plantada na porta. Aurora não tinha reação alguma, estava confusa, suspirou ainda trêmula pelo nervosismo e pegou seu celular de dentro da bolsa, ao ligar o visor viu que havia enumeras ligações e mensagens de seu noivo, fechou os olhos demoradamente, estava chateada com toda aquela situação, estava chateada por se colocar naquela situação, se deu conta que aceitar o pedido de casamento do rapaz não tinha sido uma boa ideia, mas ficar com Gretta também não era uma boa ideia, além dela não querer um romance homossexual para ela, com certeza Gretta não queria. — Bruno vai me fazer esquecer isso. — A menina sussurrou baixinho.

Aurora por fim se mexeu de onde tinha ficando enraizada, foi para seu quarto, tirou sua roupa apressadamente e foi para debaixo do chuveiro, queria não pensar na noite que tivera com Gretta, mais era impossível, a menina sentia que a mais velha lia todos seus desejos sexuais mais profanos, não sendo nem necessário ela sugerir, como ela fazia com Bruno e seus outros ex namorados, a mulher ia lá e a levava a loucura. A jovem chorou. Deitou-se na cama, estava sem coragem de mandar mensagem, ou fazer ligação para o namorado, e precisava urgentemente desabafar com alguém, buscou na agenda o número de sua amiga, desejou feliz natal e perguntou se elas poderiam se encontrar mais tarde, a jovem topou. Às duas se encontrariam no final da tarde, na sorveteria de sempre.

Linhas Cruzadas (Romance lésbico)Where stories live. Discover now