Capítulo 2 - O Arcanjo da Morte.

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Se a morte é só o começo? Por quê agonizamos até que ela venha nos buscar?
Por quê fazemos sofrer aqueles que queremos o bem?

É estranho pensar nisso e muito mais estranho é pensar em como as coisas seriam ainda mais fáceis se tivéssemos a chance de nos despedir antes desse evento trágico, não é?

Você não iria preferir saber o dia de sua partida? Ou saber se tudo ficaria bem depois da luz no fim do túnel? Ou Tranquilizar aqueles que ama para não sofrer?

São essas perguntas que vistas do lado de fora, fariam você responder "sim" a qualquer momento, mas sabemos que na pratica as coisas não seriam bem assim. Assim como pensar, que se nós soubéssemos realmente do nosso último dia ou suspiro, estaríamos fazendo de tudo para evita-lo, fazendo ferir ainda mais as pessoas que estão do nosso lado, pois a loucura e o desespero seria sua única aliada.

Sempre existe um corredor grande e branco, com vários pacientes sentados em suas cadeiras de espera, até mesmo acompanhado por alguém da família ... isso não seria diferente no hospital da pequena cidade.

Aquele cheiro de álcool, exalava pelo o ar, enquanto o desejo mais profundo de todos eram se curar e poder voltar para casa, para viver a sua vida normal.

Quem estava ali a varios dias, já havia decorado o que diziam os grandes cartazes de prevenção espalhado nas paredes.

A doença da morte não poupa ninguém, em uma das grandes janelas que havia pelo o corredor, podia ver uma sala cheias de crianças, ligadas à um medicamento ou a um soro qualquer, brincando uma com as outras. Era tudo tão colorido e bonito, que por alguns minutos, elas esqueciam do lugar onde elas estavam.

Uma luz no fim desse corredor piscava.

Essa luz iluminava justamente a porta do garoto no qual os pais de Harry agora tinham a guarda.

Quarto 20, porta verde e um chão tão limpo que quase podia se ver o seu próprio reflexo.

Esses detalhes qualquer pessoa sem nenhum ente querido naquele lugar podia notar facilmente, menos os Blake's, que passaram rapidamente por esse corredor indo em direção ao quarto, mas não puderam sequer entrar, pois foram barrados por uma das enfermeiras.

Ali no quarto, acontecia uma batalha, mas não uma batalha celestial e sim uma batalha pela a vida. Pela a vida de Louis.

As lágrimas escorriam pelo o rosto de Harry, que de toda forma tentava adentrar o quarto, mas assim como sua mãe e seu pai foram barrados, ele também foi.

A enfermeira os levou até a sala de espera, onde Jack e Jonah aguardavam aflitos.

Harry pôde ver Louis por uma fração de segundos deitado naquela cama, ligado por mil fios e aperamente sem nenhuma reação, seria essa a sua última memória do garoto vivo?

Não! Pois se você tivesse a chance que Harry teve, você faria o mesma coisa que ele iria fazer ainda naquela madrugada.

- Sr e Sra Blake? Preciso preencher a ficha de Louis Holkin, vocês têm a guarda dele, não é mesmo? - Questionou um dos enfermeiros, segurando sua prancheta, olhando para Arthur e Leslie.

- Sim! Temos a guarda a dele. - Disse Leslie ainda aflita.

- Ótimo! Venham comigo. O Doutor quer falar com vocês. - Disse o enfermeiro, seguindo em direção ao corredor, mas não chegou a ir muito longe, pois Harry se pôs a sua frente.

- Como está o Louis? Eu quero falar com esse médico, eu preciso estar lá dentro daquele quarto. Me diz!? - Esbravejava Harry extremamente nervoso e apontando para o fim do corredor.

OSC - PERDIDO NO TEMPO//Onde histórias criam vida. Descubra agora