Capítulo 10 - Efeito Borboleta.

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E se sua vida fosse uma comédia romântica? Seria legal, não é?!

Aquele sol brilhando, os vizinhos aparando os arbustos, a grama sempre verde e sem falar da trilha sonora que fica no ar, pra deixar bem claro que aquele dia vai ser o melhor dia de todos.

Lembrando também, que nessas comédias, existe uma simpatia e humor entre as pessoas que chegam a ser ridículos de tão falsos que são, mas ... é um filme. Na vida real as coisas são um pouco diferente. Mas naquela amanhã em Hanville, as coisas estavam diferentes até demais.

Sabe essa cena de começo de filme de comédia romântica, que eu descrevi agora a pouco? Então, essa foi a manhã na pequena cidade.

Pássaros que vinham do bosque, sobrevoavam todo o lugar e sem mencionar o maravilhoso perfume de jasmim que havia por ali.

O céu azul, as pessoas contentes, aquele cheirinho de bacon e ovos, logo no café da manhã ... ou seja a manhã perfeita.

Harry se levantou da cama assustado, acordando de um grande pesadelo.

Suado e com a respiração intensa, ele gritou, mas logo parou por perceber que estava em seu quarto. No presente!

Ele olhou para o espelho no canto e viu o seu reflexo passando a mão por seu rosto, enquanto dava um sorriso.

- Eu voltei, meu Deus! ... Tá tudo igual! - Sussurrava Harry, se levando da cama e indo até o espelho apenas de cueca.

Tinha uma pequena diferença. Harry estava um pouco mais forte e isso era nítido em seu reflexo, mas ele espremeu os lábios e consentiu.

- Tô bonitão! - Sussurrava ele para ele mesmo, desviando seus olhos para janela e vendo toda a movimentação da rua naquela amanhã.

Depois de um longo banho e de se arrumar, Harry desceu as escadas com sua mochila nas costas e chamou por seu pai e por sua mãe.

- Mãe! Pai! - Gritava o garoto, procurando por todos os cômodos da casa, logo chegou na cozinha e se apoiou na ilha de mármore. - Estranho! - Sussurrou.

A mesa estava posta, alguém havia tomado café da manhã e na geladeira, um imã segurava um bilhete.

Harry caminhou até ele e o pegou.

"Ava e Harry, saí para um ensaio fotográfico, volto antes do almoço!
Tenham um bom dia, meus amores.
Harry, Mônica te levará hoje para o centro. Com amor, mamãe!"

Harry franzio os olhos e colocou o bilhete em cima da mesa.

- Ava? Centro?! O que é isso?! Foda-se, eu vou pro colégio. - Disse Harry, pegando uma maçã e se dirigindo para fora de casa, enquanto comia a fruta.

Era bom estar de volta e em casa, isso era nítido na feição de Harry.

O sol iluminava o seu rosto e ele respirava fundo, sentindo o perfume de jasmin naquela manhã.

Foi então, que o dia perfeito, não parecia mais tão perfeito assim!

Enquanto Harry caminhava pela a calçada de tijolos de concreto, ele notava que seus vizinhos estavam o encarando e indo para dentro de suas casas.

Harry até os cumprimentava com um sorriso, mas era estanho, as mães pegavam os seus filhos e os colocavam pra dentro, enquanto pareciam assustadas.

Harry chegou a olhar toda a sua volta, mas a rua até então alegre se tornou silenciosa e vazia, podendo ver pela as janelas as cortinas se fechando.

- Que estanho! - Sussurrou Harry, que ali ficou parado por alguns segundos, sozinho!

No colégio, o som da sirene avisava o início das aulas naquele dia.

OSC - PERDIDO NO TEMPO//Onde histórias criam vida. Descubra agora