neun.

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{Vá em frente e chore, garotinho
Você sabe que o seu pai também chorou
Só você sabe pelo o que sua mãe passou
Você tem que descarregar isso logo}

— Eu sei que está doendo, Noah né? Mas estou quase terminando, ok? –A garota morena falava enquanto passava algo nas feridas que Andrew tinha feito em suas costas e Noah soltava alguns palavrões com o quanto aquilo doía.– Pronto, garoto. Eu já fui chicoteada com cintos de couro também, minha mamãe passou isso em mim e eu garanto que você vai melhorar.

Se você pensou que depois do ocorrido com Noah e Josh àquele dia, Andrews se arrependeu de literalmente quase ter matado o filho e veio de joelhos na cama de hospital em que Noah passou quase três dias nas piores condições, implorando por misericórdia e dizendo que nunca faria isso novamente.

Pois bem, eu gostaria de todo meu coração dizer que você está certo, porém eu odiaria mentir para você. O que nesses anos todos Andrews bateu em Noah, ele agrediu Noah o triplo nesses dez dias, quebrou seu celular e o prendeu dentro de sua casa, disse que esse era o plano B dele, e que se Noah não parasse de ver Josh, ele teria um plano C.

Por sorte, havia uma única pessoa naquela casa em que Noah nunca pensou que seria uma pessoa boa.

Brooke James, em outras palavras, a garota em que passou todas essas noites com o pai de Noah, naquela noite quando seu pai saiu e o deixou desmaiado no chão do quarto, ela o levou até o hospital, e cuidou nele durante esses dias.

— Obrigada, Brooke. –Noah abraçou a menina que era tão pequena quanto Sofya, ah, quanto ele sentia falta dela, não só dela, mas de Josh também.– Você tem uma alma muito boa, porque continua aqui?

— Dinheiro, Urrea, dinheiro. –A garota respondeu triste, ela odiava aquele lugar, qualquer um odiava.– Meu pai matou minha mãe, a prostituição é a único lugar que abriga essa garota de 16 anos, mesmo que eu odeie isso tudo.

— Eu trabalho em uma cafeteria aqui perto, tem uma vaga sobrando, eu posso te arranjar um trabalho lá, se um dia meu pai não me matar e eu voltar para a cafeteria, a gente vai trabalhar junto, ah e também tem a Shivani lá, ela é uma garota indiana simplesmente adorável, e você não precisaria mais ficar aqui ou olhar na cara do meu pai.

— Você faria isso por mim? –Os olhos da garota brilhavam.

— É claro, eu só preciso usar seu celular por um segundo, antes que meu pai volte.

— Fica a vontade.

Brooke entregou o celular para Noah, e o moreno ligou para seu chefe e avisando que não iria conseguir ir trabalhar por um tempo por conta de problemas na saúde e conseguiu a vaga para a menina, ela começaria no dia seguinte.

— Você precisa ir embora, o mais rápido que puder. –A menina estava soltando pulos de felicidade.

— Mas e você, Noahzinho?

— Eu vou ficar bem, eu vivo nessas condições desde que eu tenho 7 anos Brooke, não morri até agora e não vou morrer.

— Promete ir me ver assim que puder? –Ela levantou o mindinho para ele, que sorriu.

— Prometo. –Noah entrelaçou o mindinho no dela, sorrindo.

Com uma ajuda de Noah, em poucos minutos ela já tinha partido de sua casa, o moreno subiu as escadas com dificuldade, suas pernas doíam de tanto que ele havia apanhado, ficara impressionado como pequenas feridas em suas costas doíam mais do que se a morte viesse para ele naquele momento.

i like me better - nosh beaurreaWhere stories live. Discover now