Capítulo 17

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O loiro ergueu seus ombros para cima, e a pose defensiva havia sumido, ele olhava para os lábios de Natasha, pedindo a Deus que não o punisse pelos pensamentos impuros que inundavam sua mente.

Ele desceu uma das mãos até a curva da cintura da ruiva e puxou o pequeno corpo esguio contra o seu, os colando e arrancando uma breve arfada de Natasha, tamanha era a força pela gana que Steve havia usado.

A ruiva suspirou, sentia que a qualquer momento podia derreter nos braços do capitão, era diferente do Steve que havia a beijado a algumas semanas na escada rolante.

Esse Steve parecia ser menos timido, mas a timidez não tinha sumido por completo, só havia diminuido.

Ela umideceu os lábios e em seguida mordeu o inferior o soltando lentamente entre seus dentes.

A mão livre de Steve subiu até a maçã do rosto da espiã, a fazendo fechar os olhos e relaxar brevemente com a carícia do homem.

- Por que, Nat? Eu estou tentando ser forte, não posso ser... injusto...

Ele murmurrou baixinho com a voz entrecortada pelos seus suspiros ao senti-la pela primeira vez, um pouco entregue em seus braços.

- O que tanto você esconde... cap?

A ruiva disse ainda com os olhos fechados, apenas apreciando o toque dele.

Steve sabia que não havia escapatória, ainda mais com ele praticamente hipnotizado por ter visto uma versão doce de Natasha que nem mesmo no futuro havia visto.

A maneira como ela dizia, não era sedutora, era calma, reconfortante.
Seu coração ardia e se apertava dentro de seu peito, apenas ao imaginar um mundo sem ela.

Seus olhos estavam quase provocando lágrimas, lembrando do quanto chorou na morte dela e que a dor pela primeira vez se tornara insuportável.

Steve havia perdido tudo, quando havia sido descongelado.
Peggy, Bucky, sua vida.

Mas Natasha estava lá.
Quando ele não tinha mais ninguém, ela estava lá.
Quando ele descobriu sobre Bucky, ela estava lá.
Na morte e inclusive no funeral de Peggy, Natasha estava lá.

Mas quando ele a perdeu, foi pior do que apenas solidão.
Ele não tinha ninguém para estar do seu lado, quando perdeu a unica pessoa que esteve lá o tempo todo.
A unica que o ensinou mesmo que de maneira torta, teimosa, mas da sua maneira, a recomeçar.

Steve não precisava de mais ninguém.
Ele só queria ela, só precisava dela.

Ele suspirou mais uma vez, tentando colocar seus pensamentos no lugar.

Uma mecha do cabelo ruivo de Natasha, havia caido em seu rosto, o contraste do sol com os fios cor de fogo em sua pele alva, era magnífico, o próprio Van Gogh teria inveja da vista privilegiada, da obra de arte que Steve tinha em sua frente. Constatou o loiro.

Sua mão desceu a curva do maxilar de Natasha, até chegar na ponta de seu queixo, o erguendo em sua direção.

Natasha deu um breve e inaudível gemido de antecipação.

E foi então que Rogers encostou seus lábios nos dela, formando um encaixe perfeito.

A ruiva mal podia acreditar que finalmente uma iniciativa fora dada pela parte dele.
Ela ficou no primeiro momento estática, sem qualquer reação alguma.

A lingua de Rogers passou a ponta calmamente sobre o lábio inferior de Natasha a fazendo ceder espaço o suficiente, para que invadisse e descobrisse mais sobre a boca que tanto aguardou beijar.

Até que o beijo calmo e doce, estava se transformando em sedento, um beijo com paixão, fogo.

A Lingua do loiro, passeava lentamente descobrindo com calma o território inteiro da boca da russa, e a memorizando em um mapa mental.

Uma de suas mãos segurava no ombro do mais alto, enquanto a outra arranhava lentamente extensão da nuca de Rogers.

O beijo não parecia ter fim, naquele momento fora criada uma bolha, um momento apenas deles.

Steve desceu suas mãos com cuidado, por mais que quisesse passea-las pelas curvas da parceira, não queria ser invasivo, afinal ele ainda era o Steve Rogers.

As mãos dele alcançaram atrás dos joelhos da ruiva, a impulsionando para que pulasse e entrelassasse suas pernas na cintura de Steve.

Ele caminhou segurando ela em seu "colo", sem conseguir desgrudar de seus lábios, e a apoiou contra uma árvore, de maneira quase bruta.

Ele não sabia controlar sua força, ainda mais quando o desejo a flor da pele, era um assunto novo para ele.

Oque fez Natasha arfar baixo, de imediato.

Dessa vez, a ruiva que mesmo não acreditando em qualquer entidade ou religião, orava mentalmente para que toda aquela situação fosse real e não apenas um sonho.

Ela queria viver aquele momento, mais do que tudo.

Aquilo ali sim fazia sentido, fazia todo sentido, fez mais sentido do que qualquer coisa na vida de ambos.

Aquela era a unica certeza que tinham, nem que fosse apenas por aquele momento.

O beijo infelizmente não podia ser eterno, sendo quebrado apenas pela falta de ar/fôlego que havia dado em ambos.

Steve preferiu o silêncio, ele não falaria nada sobre, naquele instante e nem precisava.

O loiro apenas encostou sua testa na da russa, suspirou e acariciou a sua fina e contornada cintura.

Aquela posição era tão boa, que até mesmo o sinal de vida que seu amiguinho havia dado, dentro das calças, podia ser sentido pela ruiva.

Oque fora motivo de um dos sorrisos de lado, malicioso, de Natasha.

- Eu disse que deveriamos ter parado...

Ele murmurrou baixo, como quem não queria nada, era apenas uma pequena brincadeira, a qual a fez levar a sério, fazendo Natasha descer de seu colo imediatamente, entendendo aquilo como uma insatisfação dele, daquele momento na vida de ambos, daquela experiencia que parecia tão real.

Natasha desceu da cintura do homem e esticou suas roupas com as pequenas mãos, que antes ocupavam o pescoço de Rogers.

- Nat...

- Não. Foi um erro, vamos terminar essa missão. Da qual eu nunca deveria ter concordado.

Natasha virou as costas e caminhou em direção ao carro, voltando e fingindo que nada havia acontecido. Como sempre.

Whatever It Takes, I Find To Stars (Romanogers)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora